Mercado Motor | O Retorno da Mazda

Sites especializados noticiaram hoje o retorno da Mazda ao mercado brasileiro. A informação é que a fabricante japonesa que era controlada até pouco tempo pela Ford (o que prejudicou a comercialização de seus veículos em nosso país), já estaria com um planejamento pronto para retomar as suas atividades. Inicialmente a ideia seria importar os veículos do Japão a partir de 2012 e, com a construção de uma nova fabrica no México, trazer os veículos com isenção de impostos, graças ao acordo já existente, a partir de 2013.

Se essa notícia realmente se confirmar, seriam boas novas para os consumidores brasileiros. O compacto Mazda 2 e o médio Mazda 3, também conhecidos em outros mercados como Demio e Axela, seriam os veículos escolhidos para essa etapa inicial. A qualidade técnica e o design marcante desses veículos seriam benéficos para um mercado que ainda convive com projetos defasados, principalmente em termos de compactos, podemos citar como exemplos o Chevrolet Agile e o antigo Ford Fiesta. Em termos de carro médio existem realmente projetos melhores, mas a oferta nessa categoria está cada vez mais diversificada, bom para os consumidores. O Mazda 3 seria uma boa contribuição para essa disputa que ganhou a pouco tempo outros bons concorrentes como os coreanos Kia Cerato e Hyundai Elantra. Os demais japoneses presentes nesse mercado tem que abrir os olhos, os Toyota Corolla e Honda Civic brasileiros estão ficando defasados.

Para concluir, vale lembrar alguns detalhes que reforçam o bom potencial da Mazda como um concorrente de peso. A nova fabrica japonesa a ser construída no México em parceria com a empresa Sumitomo, especializada em comércio exterior, terá uma capacidade de 140.000 veículos por ano. A Mazda também está conversando com a Audi para o desenvolvimento em conjunto de tecnologias para carros elétricos. Ou seja, a fabricante japonesa está se movimentando e se cercando de bons parceiros para um futuro duradouro após o fim da aliança com a Ford.


Mercado Motor | Volkswagen volta ao WRC

Depois de uma trajetória vitoriosa no Rali Dacar, a Volkswagen se prepara para desembarcar em 2013 no WRC, o mundial de rali. O veículo escolhido será o Polo que ganha as adaptações necessárias, como um motor de 300cv e tração nas quatro rodas, e uma nova nomenclatura. O Polo R WRC que irá competir no mundial enfrentará concorrentes como o Citroën DS3 WRC, o New Ford Fiesta WRC e o Mini John Cooper Works WRC.

O interesse da fabricante alemã é justificável, as competições de rali são grandes eventos que atraem público e anunciantes, principalmente na Europa. O WRC em especial é um campeonato regular, promovido pela Federação Internacional de Automobolismo (FIA) e que conta com etapas nos mais variados terrenos e em diversos países como Suécia, México, Jordânia e Austrália. O envolvimento dos fabricantes com a competição precisa ser intenso, pois não existe um carro padrão e os veículos precisam ser desenvolvidos a partir de uma variante de um modelo de série. É uma ótima oportunidade para desenvolver tecnologias que poderão ser aplicadas aos automóveis de passeio comuns e de relacionar a marca com um esporte de velocidade e aventura.

Algumas marcas forjaram muito de sua identidade a partir dessas competições. Um dos casos mais famosos é o da Subaru que ficou conhecida pelo modelo Impreza, vencedor dos campeonatos de 1995, 2001 e 2003. O sucesso nos ralis acabou favorecendo as vendas do modelo de série. Infelizmente com a crise econômica de 2008, a marca deixou o WRC. Na década de 80, a própria Volkswagen também teve uma passagem bem sucedida nessa competição. Utilizando um Golf GTi 16V adaptado, a marca de Wolfsburg foi campeã em 1986 com a dupla Kenneth Eriksson e Peter Dieckmann no Grupo A, uma das divisões do Mundial de Rali que tinha como característica uma maior restrição em termos de potência, peso, tecnologia embarcada e custos.

Mercado Motor | Fiat e seus clones

Desde de 2009, quando a Fiat virou acionista do grupo Chrysler, já se vislumbrava o compartilhamento de tecnologias e plataformas entre essas montadoras. Mas quando no início deste ano o grupo italiano apresentou ao mundo os “clones” de modelos da Dodge e Chrysler, várias publicações e sites especializados criticaram a estratégia italiana. Fiat Freemont e os Lancia Thema, Flavia e Grand Voyager são cópias fieis dos Dodge Journey e os Chrysler 300, 200 e Town & Country. Mas seria essa estratégia algo novo? E ela realmente seria um erro?

Parcerias entre montadoras ou mesmo o compartilhamento de projetos por marcas de um mesmo grupo já se tornaram comuns na indústria automobilística. A própria Fiat há anos vem adotando postura semelhante nos veículos desenvolvidos em parceria com o grupo PSA (Peugeot e Citröen). As minivans Fiat Ulysse, Lancia Zeta (renomeada Phedra), Peugeot 806 (renomeada 807) e Citröen Evasion (renomeada C8) são exemplos disso. Idealizadas em 1997, a maioria delas ainda é comercializada na Europa. No Brasil essa parceria pode ser observada através dos utilitários comerciais Fiat Ducato, Citröen Jumper e Peugeot Boxer, projetados em 1988 e ainda hoje fabricados. Mais recentemente esse casamento entre franceses e italianos gerou também os utilitários Peugeot Bipper, Citröen Nemo e Fiat Qubo na Europa.

Mas a clonagem de modelos não é exclusividade da Fiat. É possível identificar vários outros exemplos mundo a fora. A GM, por exemplo, tem usado essa mesma estratégia em vários mercados, inclusive no Brasil. Detentora de inúmeras marcas, a fabricante estadunidense aproveitou modelos de sua subsidiária alemã e os tropicalizou. Kadett, Monza, Omega, Corsa, Astra e Zafira são projetos desenvolvidos pela Opel e que foram ou são fabricados pela Chevrolet brasileira. No caso do Omega a história é até um pouco mais rica, as primeiras versões comercializadas em nosso país eram do modelo alemão, mas a partir de 1998 a Chevrolet passou a importá-lo da australiana Holden, marca também de propriedade da General Motors. O Holden Commodore foi o modelo escolhido para se tornar o novo Omega brasileiro. A clonagem do Commodore foi ainda replicada pela GM em outros mercados como o norte-americano através dos Pontiac G8 (até 2010) e Chevrolet Caprice, e no inglês com o Vauxhall VXR6.

Poderiam ser citados outros exemplos, mas a questão mais importante é a forma como essa estratégia de “clonagem” é empregada. Comercializar veículos tão parecidos em um mesmo mercado pode comprometer as vendas de ambos os produtos. A similaridade pode confundir o consumidor e até mesmo comprometer a imagem dos modelos. O ideal seria que os veículos não se tornassem concorrentes em um mesmo mercado ou pelo menos que eles ganhassem características próprias (estéticas ou funcionais) que os diferenciassem.

Aparentemente a intenção da Fiat é comercializar os clones na Europa, onde a Chrysler e Dodge tem pouca penetração. A estratégia se mostra então mais interessante ao gerar economia e agregar valor, já que se reduz os custos do desenvolvimento de novos produtos ao mesmo tempo que se reforça o portfólio de produtos de Fiat e Lancia. O mesmo não pode ser dito do mercado brasileiro que poderia receber o Fiat Freemont. Sua importação prejudicaria uma marca premium já estabelecida, além de não ser fácil promover um veículo tão caro em concessionárias acostumadas a vender carro popular. Vale lembrar ainda que o Jorney é o produto de maior sucesso da Dodge no país.