Quadriculada Indy | Iowa Corn 250

Foi uma corrida muito agitada em Iowa, com muitas disputas na pista e com direito a luta pela vitória nas últimas voltas. Mas no final deu Marco Andretti, o piloto estadunidense conseguiu assim sua segunda vitória na carreira, depois de andar em um ritmo muito forte na parte final e de lutar muito com seus adversários, ultrapassando Tony Kanaan nas últimas voltas.

Apesar da vitória de Andretti, o dono da corrida durante a maior parte do tempo foi Dario Franchitti. O atual líder do campeonato tomou a liderança já no início da prova, após superar Danica Patrick, Tony Kanaan e finalmente o pole position em Iowa, Takuma Sato. Franchitti começou então a abrir vantagens para os concorrentes e foi se mantendo na ponta nas paralisações que se seguiram. Atrás dele alternavam entre os primeiros Takuma Sato, Tony Kanaan, Hélio Castroneves e Marco Andretti. Isso até a quinta bandeira amarela, quando Sato bate no muro justamento no momento em que Franchitti e Andretti entravam nos boxes. Marco superaria Dario neste momento. Daí por diante, Franchitti iria perder rendimento e seria ultrapassados nas voltas que seguiram por Kanaan, Dixon e Hildebrand.

A parte final da corrida foi então marcada pela luta entre Andretti e Kanaan pela vitória. Tony superaria Marco na volta 203, três depois da relargada da última bandeira amarela, segurando o piloto estadunidense até a volta 232. Andando em um ritmo alucinante, Marco Andretti tomaria novamente a ponta para não mais perder. Kanaan seguia em seu encalço, mas não conseguiria superá-lo novamente, terminando em segundo. Logo atrás viria Scott Dixon, o piloto da Ganassi fez uma bela corrida de recuperação depois de largar da parte de trás do grid.

Nesta etapa em Iowa tivemos então algumas mudanças no quadro de forças da categoria. A Ganassi apesar de dominar grande parte da corrida com Dario Franchitti, não alcançou a vitória. Frachitti terminou em quinto, devido a perda de rendimento na última parte da corrida. Enquanto isso Scott Dixon, seu companheiro de equipe que vinha de trás, acabou em sua frente, na terceira colocação. De qualquer forma foi uma boa corrida em termos de campeonato para a Ganassi, já que Franchitti segue na liderança. Na equipe B da Chip Ganassi o quadro foi muito pior, Graham Rahal fez uma corrida discreta e terminou na 16ª posição. E Charlie Kimball nem ao menos completou a prova.

A outra grande força do campeonato também não foi muito bem. Foi uma corrida ruim para a Penske que até chegou a disputar as primeiras colocações com Hélio Castroneves. Mas o brasileiro sofreu novamente com um pneu furado, quando estava justamente na disputa pela liderança com Franchitti. A situação foi ainda pior com o principal piloto da equipe. Will Power não vinha bem durante a corrida e acabou tendo problemas nos boxes que o levariam a um grave acidente na pista. O resultado final foi péssimo para Power que acabou perdendo a liderança para Franchitti. Já Ryan Briscoe fez uma corrida regular e terminou na sexta posição.

Com Ganassi e Penske não indo tão bem, abriu-se espaço para outras duas equipes brilharem nesta prova. Andretti e KV estiveram sempre na briga pelas primeiras colocações. O resultado acabou sendo um pouco melhor para a primeira, já que Marco venceu a prova e Tony acabou com o segundo lugar. Essa vitória pode ser considerada um renascimento para a equipe de Michael Andretti que não vinha alcançando bons resultados até esta etapa. Porém um detalhe importante precisa ser considerado, a equipe havia vencido essa mesma prova no ano passado com Tony Kanaan. Como o corro deste ano é o mesmo que o do ano passado, bastava utilizar o antigo acerto para que o carro deste ano andasse rápido. De qualquer forma, com esse resultado, a Andretti ganha confiança e força no campeonato. Além da boa atuação de Marco, Danica Patrick havia largado em segundo e fazia uma boa corrida na parte inicial, com presença nas disputas do pelotão da frente, mas acabou cruzando na 10ª posição. Ryan Hunter-Reay foi um pouco melhor, terminando como 9º colocado. Já Mike Conway acabou batendo no muro.

Na KV, além da boa segunda colocação de Tony Kanaan, Takuma Sato largou da pole position e participou da luta pelas primeiras posições em grande parte da corrida. Mas Sato acabou batendo na parte final da prova. Viso também teve o mesmo destino, abandonando a corrida. Apesar dos problemas de Sato e Viso, a equipe KV vem crescendo no campeonato com os resultados e a experiência de Kanaan.

Quem também merece destaque é J. R. Hildebrand e sua equipe, a Panther. O jovem estadunidense fez uma boa corrida aparecendo sempre na luta pelas primeiras colocações. Hildebrand deixou para trás o erro em Indianápolis e conquistou a quarta colocação em Iowa.

A próxima etapa já é neste fim de semana e será realizada nas ruas de Toronto. Essa prova abre assim a fase canadense do campeonato que conta com duas provas, esta em Toronto e a corrida seguinte em Edmonton. Serão mais dois circuitos mistos, onde o quadro de forças pode novamente se alterar. Power terá assim nova chance de se recuperar no campeonato, mas com KV e Andretti se atrevendo a entrar na briga de Penske e Ganassi, o objetivo pode se tornar mais difícil.

Quadriculada Indy | GP de Long Beach, Califórnia/EUA

A palavra monotonia não pode ser empregada às corridas da Fórmula Indy. E os motivos são variados: um carro padrão; equipes grandes com 3 ou 4 pilotos; um número maior de postulantes a vitórias e pelo título; paralisações que embaralham os pilotos a cada batida mais séria; diferença de orçamentos não tão grandes, etc. A Indy realmente é mais emocionante que a F-1, isso sem precisar de asa móvel, KERS ou pneus pouco duráveis. Mas acrescente a essa equação um circuito de rua como Long Beach e veremos, mesmo na Indy Series, um resultado que destoa da lógica que estava sendo traçada para o campeonato.

Essa quebra de padrão não aconteceu apenas pela vitória de Mike Conway. Até mesmo porque a sua equipe, a Andretti, é considerada uma das grandes e vinha em um ritmo de melhora de desempenho. A questão é que a grande quantidade de batidas e bandeiras amarelas na pista estreita e com uma curva em forma de cotovelo fizeram com que os postulantes pelo título se misturassem aos demais competidores no resultado final da corrida.

A Penske, que tem os seus três pilotos bem cotados na briga pelo título, viu Hélio Castroneves tocar o então líder do campeonato e companheiro de equipe Will Power na parte final da corrida. A colisão levou Castroneves e Power a terminarem respectivamente na 10ª e 12ª colocações. Um péssimo resultado principalmente para Will Power que largava na pole position. Já o outro piloto da equipe de Roger Penske, Ryan Briscoe, liderava até as últimas voltas, mas após a derradeira bandeira amarela foi superado por Conway. O jovem inglês veio com tudo nas voltas finais e ultrapassou pelo menos três pilotos para vencer a corrida. O piloto da Andretti estava bem em Long Beach, classificou-se na terceira posição e mesmo com alguns incidentes durante a prova conseguiu vencer pela primeira vez na Indy.

A Ganassi era a outra equipe que pela lógica do campeonato deveria estar na ponta. Dentre seus pilotos, Dario Franchitti foi o que conseguiu o melhor resultado. Largando da sétima colocação, o escocês fez uma prova regular, seguindo de perto os líderes. No final foi recompensado com a terceira colocação. Scott Dixon também participou das disputas pela ponta, mas cruzou a linha de chegada apenas na 18ª colocação.

Com as duas melhores equipes passando por um dia conturbado, criou-se um espaço para que outras equipes ganhassem mais destaque. A Andretti foi uma delas, não apenas pela vitória de Conway, mas também pela participação de seus pilotos em disputas na ponta e no meio do pelotão. Ryan Hunter-reay foi um dos que estavam brigando pelo primeiro lugar. O estadunidense fez uma boa prova, largando da segunda posição e sempre participando da disputa pelo primeiro posto. Porém, uma quebra de câmbio forçou o seu abandono no trecho final da prova. Já a estrela do time, Danica Patrick fazia uma prova mediana. Sempre batalhando com pilotos no meio do pelotão, envolveu-se inclusive em um incidente com Ernesto Viso que o jogou para o muro. Mas Danica conseguiu concluir a prova, conquistando a sétima colocação. Pior fez o filho do dono da equipe, Marco Andretti acabou com suas chances ao sair de forma atabalhoada dos boxes. Após as trocas dos pneus durante uma das bandeiras amarelas, Marco acabou acertando o carro de Sébastien Bourdais ainda dentro do pit lane. Foi sem dúvida uma prova cheia de altos e baixos para a equipe de Michael Andretti.

A KV era outra equipe que poderia incomodar as grandes Penske e Ganassi. Isso principalmente com o brasileiro Tony Kanaan. Mas alguns erros da equipe durante a prova impossibilitaram um melhor resultado. A oitava colocação no final da prova ainda manteve Kanaan na terceira posição do campeonato. Os demais pilotos da equipe sofreram com as batidas que foram frequentes em Long Beach. Como já comentado, Ernesto Viso forçou uma ultrapassagem sobre Danica Patrick e acabou sendo jogado para o muro. Já Takuma Sato deixou o carro escapar em uma das curvas do circuito de rua da Califórnia. Mas retornou a prova para terminá-la em um modesto 21º lugar.

Alguns outros destaques da prova foram os pilotos da Newmann-Haas e Alex Tagliani da Sam Schmidt. O último liderou algumas voltas e esteve sempre na ponta, concluindo a prova em quinto lugar. Oriol Sérvia também teve uma boa participação na disputa do pelotão da frente, mas acabou se envolvendo no acidente entre Castroneves e Power. Com uma bela manobra para virar o seu monoposto, o espanhol voltou para corrida para terminar o GP na sexta colocação. Já James Hincliffe conduziu o carro da Newmann-Haas até a quarta colocação no resultado final, saindo ileso de toda a confusão que aconteceu em Long Beach.

Além de Kanaan e Castroneves, todos os demais brasileiros conseguiram concluir a prova na Califórnia. Bia Figueiredo, ainda sofrendo com o punho machucado, rodou na volta de apresentação e conseguiu apenas a 19ª colocação. Já Vitor Meira e Raphael Matos terminaram mais a frente. Meira alcançou a 9ª colocação e Matos a 11ª.

A próxima prova será em São Paulo, mais um circuito de rua que pode embaralhar novamente o campeonato. A torcida pelos brasileiros permanece forte, principalmente para Tony Kanaan e Helio Castroneves que estão em equipes melhor estruturadas. Mas como o improvável pode acontecer em um circuito de rua, não será surpresa se Bia Figueiredo, Vítor Meira e Raphael Matos alcançarem bons resultados. Teremos também uma melhor transmissão em canal aberto, já que a prova brasileira atrai patrocinadores locais, aumentando o interesse da Bandeirantes em uma melhor cobertura da prova.