Quadriculada Indy | Iowa Corn 250

Foi uma corrida muito agitada em Iowa, com muitas disputas na pista e com direito a luta pela vitória nas últimas voltas. Mas no final deu Marco Andretti, o piloto estadunidense conseguiu assim sua segunda vitória na carreira, depois de andar em um ritmo muito forte na parte final e de lutar muito com seus adversários, ultrapassando Tony Kanaan nas últimas voltas.

Apesar da vitória de Andretti, o dono da corrida durante a maior parte do tempo foi Dario Franchitti. O atual líder do campeonato tomou a liderança já no início da prova, após superar Danica Patrick, Tony Kanaan e finalmente o pole position em Iowa, Takuma Sato. Franchitti começou então a abrir vantagens para os concorrentes e foi se mantendo na ponta nas paralisações que se seguiram. Atrás dele alternavam entre os primeiros Takuma Sato, Tony Kanaan, Hélio Castroneves e Marco Andretti. Isso até a quinta bandeira amarela, quando Sato bate no muro justamento no momento em que Franchitti e Andretti entravam nos boxes. Marco superaria Dario neste momento. Daí por diante, Franchitti iria perder rendimento e seria ultrapassados nas voltas que seguiram por Kanaan, Dixon e Hildebrand.

A parte final da corrida foi então marcada pela luta entre Andretti e Kanaan pela vitória. Tony superaria Marco na volta 203, três depois da relargada da última bandeira amarela, segurando o piloto estadunidense até a volta 232. Andando em um ritmo alucinante, Marco Andretti tomaria novamente a ponta para não mais perder. Kanaan seguia em seu encalço, mas não conseguiria superá-lo novamente, terminando em segundo. Logo atrás viria Scott Dixon, o piloto da Ganassi fez uma bela corrida de recuperação depois de largar da parte de trás do grid.

Nesta etapa em Iowa tivemos então algumas mudanças no quadro de forças da categoria. A Ganassi apesar de dominar grande parte da corrida com Dario Franchitti, não alcançou a vitória. Frachitti terminou em quinto, devido a perda de rendimento na última parte da corrida. Enquanto isso Scott Dixon, seu companheiro de equipe que vinha de trás, acabou em sua frente, na terceira colocação. De qualquer forma foi uma boa corrida em termos de campeonato para a Ganassi, já que Franchitti segue na liderança. Na equipe B da Chip Ganassi o quadro foi muito pior, Graham Rahal fez uma corrida discreta e terminou na 16ª posição. E Charlie Kimball nem ao menos completou a prova.

A outra grande força do campeonato também não foi muito bem. Foi uma corrida ruim para a Penske que até chegou a disputar as primeiras colocações com Hélio Castroneves. Mas o brasileiro sofreu novamente com um pneu furado, quando estava justamente na disputa pela liderança com Franchitti. A situação foi ainda pior com o principal piloto da equipe. Will Power não vinha bem durante a corrida e acabou tendo problemas nos boxes que o levariam a um grave acidente na pista. O resultado final foi péssimo para Power que acabou perdendo a liderança para Franchitti. Já Ryan Briscoe fez uma corrida regular e terminou na sexta posição.

Com Ganassi e Penske não indo tão bem, abriu-se espaço para outras duas equipes brilharem nesta prova. Andretti e KV estiveram sempre na briga pelas primeiras colocações. O resultado acabou sendo um pouco melhor para a primeira, já que Marco venceu a prova e Tony acabou com o segundo lugar. Essa vitória pode ser considerada um renascimento para a equipe de Michael Andretti que não vinha alcançando bons resultados até esta etapa. Porém um detalhe importante precisa ser considerado, a equipe havia vencido essa mesma prova no ano passado com Tony Kanaan. Como o corro deste ano é o mesmo que o do ano passado, bastava utilizar o antigo acerto para que o carro deste ano andasse rápido. De qualquer forma, com esse resultado, a Andretti ganha confiança e força no campeonato. Além da boa atuação de Marco, Danica Patrick havia largado em segundo e fazia uma boa corrida na parte inicial, com presença nas disputas do pelotão da frente, mas acabou cruzando na 10ª posição. Ryan Hunter-Reay foi um pouco melhor, terminando como 9º colocado. Já Mike Conway acabou batendo no muro.

Na KV, além da boa segunda colocação de Tony Kanaan, Takuma Sato largou da pole position e participou da luta pelas primeiras posições em grande parte da corrida. Mas Sato acabou batendo na parte final da prova. Viso também teve o mesmo destino, abandonando a corrida. Apesar dos problemas de Sato e Viso, a equipe KV vem crescendo no campeonato com os resultados e a experiência de Kanaan.

Quem também merece destaque é J. R. Hildebrand e sua equipe, a Panther. O jovem estadunidense fez uma boa corrida aparecendo sempre na luta pelas primeiras colocações. Hildebrand deixou para trás o erro em Indianápolis e conquistou a quarta colocação em Iowa.

A próxima etapa já é neste fim de semana e será realizada nas ruas de Toronto. Essa prova abre assim a fase canadense do campeonato que conta com duas provas, esta em Toronto e a corrida seguinte em Edmonton. Serão mais dois circuitos mistos, onde o quadro de forças pode novamente se alterar. Power terá assim nova chance de se recuperar no campeonato, mas com KV e Andretti se atrevendo a entrar na briga de Penske e Ganassi, o objetivo pode se tornar mais difícil.

Quadriculada Indy | Texas Twin 275 e Milwaukee 225, EUA

O Quadriculada Indy de hoje será duplo, ou melhor triplo, já que a prova realizada no Texas teve duas baterias. Vamos começar justamente por essa novidade. A organização da Indy programou uma rodada dupla para a etapa texana realizada na cidade de Fort Worth. Um fato histórico, já que essa foi a primeira vez que esse sistema foi adotado na Indy. A definição do grid de largada também foi modificada para essa prova, sendo realizada de forma convencional na primeira prova e através de sorteio na segunda. Cada bateria valeu metade dos pontos de uma corrida convencional.

O pole da primeira corrida foi Alex Tagliani, o canadense repetiu a façanha alcançada em Indianápolis e fez o melhor tempo para a primeira bateria. E essa primeira corrida demonstrou novamente a força da Ganassi nos ovais. Dario Franchitti tomou a ponta já no início da prova e se manteve a frente durante toda a prova, exceção apenas para os momentos de pitstop. Em segundo cruzou seu companheiro de equipe, o neozelandês Scott Dixon. Com o domínio da Ganassi, emoção mesmo só nas voltas finais quando o acidente entre Charlie Kimball e Wade Cunningham provocou uma bandeira amarela. Com o pelotão da frente com os carros mais próximos uns dos outros, Dixon, Power e Tagliani pressionaram muito o escocês nas últimas voltas, mas no final deu Franchitti como vencedor. Completando os dez primeiros tivemos, além da dupla da Ganassi, os seguintes pilotos: Will Power, Alex Tagliani, Takuma Sato, Ryan Briscoe, Ernesto Viso, Vitor Meira, Graham Rahal e Hélio Castroneves. Ficando assim evidente o quadro de forças com Ganassi (Franchitti e Dixon) e Penske (Power, Briscoe e Castroneves) em luta franca pelo título. Boa participação também da KV com Sato e Viso. Os demais brasileiros, Tony Kanaan e Bia Figueiredo, foram apenas 11º e 22º respectivamente.

Na segunda etapa tivemos uma prova diferente graças ao sorteio das posições de largada. As forças do campeonato ficaram assim embaralhadas. Quem teve mais sorte foi Tony Kanaan que recebeu a pole position. O que ajudou ao brasileiro da KV a se sair melhor nesta segunda parte. Largando na ponta, lutou muito com Will Power na primeira parte da corrida para manter a primeira posição, mas acabou sendo ultrapassado por Power e alguns outros concorrentes, terminando numa boa quinta colocação. A prova acabaria sendo vencida por Power que conseguiu seu primeiro triunfo em um oval. A vitória do australiano não foi assim tão fácil, já que além de Kanaan, o piloto da Penske teve ainda que segurar o ímpeto de Scott Dixon no trecho final da corrida. O resultado mais fraco da Ganassi nesta segunda bateria se deve principalmente ao resultado ruim do sorteio da posição de largada para seus pilotos, forçando uma corrida de recuperação para ambos. Dixon partiu do meio do pelotão, mas conseguiu novamente um segundo lugar. Já Franchitti largou no fim do grid e teve que lutar durante toda a prova para terminar na sétima colocação.

Dessa forma, os dez primeiros dessa segunda bateria foram os seguintes: Power, Dixon, Briscoe, Castroneves, Kanaan, Andretti, Franchitti, Patrick, Hunter-Reay e Viso. Vítor Meira foi 11º e Bia Figueiredo 22º. A Penske saiu assim melhor nessa segunda etapa com Power, Briscoe e Castroneves entre os quatro primeiros. A Ganassi demostrou força mesmo com o sorteio ruim das posições de largada. E os carros da Andretti finalmente apareceram bem no Texas com Andretti, Patrick e Hunter-Reay entre os noves primeiros. A KV também repetiu um bom resultado com Kanaan e Viso.

A prova de Milwaukee foi realizada na semana seguinte da etapa do Texas. Novamente se viu uma batalha entre os carros da Ganassi e os da Penske, contando ainda com a participação de Tony Kanaan que vem ajudando muito a KV a se firmar com equipe de ponta. E o resultado da briga foi favorável à Ganassi. A prova realizada no estado do Wisconsin não foi dividida em duas baterias e nem contou com sorteio para as posições de largada, mas mesmo assim a sorte seria vital para o resultado final. E dessa vez foi a Ganassi que pôde contar com a sorte, além do talento de Dario Franchitti nos ovais. Um pneu furado nas últimas voltas 30 voltas tirou a vitória de Hélio Castroneves, deixando-a para o escocês que havia partido da pole position e estava sempre entre os primeiros. Franchitti venceu assim mais uma corrida em um oval e empatou com Will Power na tabela do campeonato.

Mas vamos aos detalhes da etapa de Milwaukee. A prova foi marcada pela disputa entre Franchitti da Ganassi, Castroneves da Penske e Kanaan da KV. Entre uma e outra bandeira amarela esses pilotos trocavam de posições. Mas os brasileiros não estavam com a mesma sorte do escocês. Na parte final da corrida, Kanaan acabou batendo e abandonando a corrida. Como Hélio já vinha sofrendo com problemas no pneu traseiro, acabou tendo que parar nos boxes durante essa bandeira amarela, deixando a primeira posição e a vitória para Franchitti. Completando os dez primeiros cruzaram a linha de chegada: Rahal, Servià, Power, Patrick, Hinchcliffe, Dixon, Sato, Castroneves e Wilson. As várias bandeiras amarelas e acidentes que a provocaram acabaram provocando assim um resultado final não muito condizente com o jogo de forças na Indy. Mesmo com a Ganassi na ponta com Franchitti e Rahal (da equipe B de Chip Ganassi), as equipes mais fortes acabaram se misturando com outras medianas. Dixon, Castroneves e Briscoe acabaram atrás de carros da Newmann-Haas e da Andretti. E a KV que vem se mostrando como uma postulante a terceira força, teve apenas Sato entre os dez primeiros, já que Kanaan que vinha na briga pela vitória bateu na parte final da corrida.

A próxima prova será em Iowa no dia 25 de Junho. E o campeonato tem no momento Dario Franchitti e Will Power empatados na ponta. Seguidos por um surpreendente Oriol Servià em terceiro, Dixon em quarto e Rahal em quinto. Kanaan é o melhor brasileiro e ocupa a sexta posição no campeonato. É bom a Penske e Power abrirem os olhos que a Ganassi vem forte com Franchitti e Dixon nos ovais, além de Rahal da equipe B de Chip Ganassi.

Quadriculada Indy | 500 milhas de Indianápolis, Indiana/EUA

O que dizer de uma corrida que nas últimas voltas a liderança vai passando de mão em mão e termina com um acidente na última curva que tira a vitória de um jovem piloto na prova mais tradicional de seu país? Foi realmente uma corrida que mereceu adjetivos exagerados. Uma prova incrível e com um final alucinante que veio para marcar a centésima edição da Indy 500.

O jovem que liderava até a última volta era JH Hildebrand, novato estadunidense que pilotava o carro da Panther com as cores e o patrocínio da Guarda Nacional dos EUA. O seu afobamento  ao ultrapassar um último retardatário, antes de entrar na última curva, obrigou Hildebrand a mudar para parte de cima da pista e acabou batendo violentamente contra o muro. A força foi tamanha que o carro ainda conseguiu cruzar a linha de chegada na segunda colocação, perdendo apenas a primeira posição para Dan Wheldon. Justamente o veterano inglês que foi dispensado pela Panther e corria por uma equipe pequena a Brian Hertha/Curb/Agajanian.

Incrível também foi como a corrida chegou em sua reta final sem que as grandes estrelas do campeonato estivessem na disputa pela ponta. As grandes equipes não brilharam nesta edição da Indy 500. A Ganassi até andou boa parte da corrida entre os primeiros colocados, mas Dario Franchitti e Scott Dixon tinham uma estratégia que só daria certo se ocorressem pelo menos uma bandeira amarela no final da prova para que pudessem economizar combustível, o que acabou não acontecendo. Já a Penske foi apenas mediana, muito pouco para uma equipe que vem dominando o campeonato até o momento. Os carros de Roger Penske não se classificaram bem para prova e fizeram uma corrida discreta. Ryan Briscoe se envolveu em um acidente no início da prova com Townsend Bell e abandonou a prova. Já Hélio Castroneves andou a maior parte do tempo no meio do pelotão e terminou em 17º. Will Power foi um pouco melhor, chegou a ter um bom desempenho no início da prova, mas um pitstop mal sucedido atrapalhou sua estratégia de corrida, o australiano acabou apenas na 15ª posição. A Andretti também não conseguiu grandes coisas, a equipe sofreu muito para classificar seus carros,  não conseguiu inclusive marcar um bom tempo no Pole Day com nenhum dos seus pilotos regulares. Assim a equipe de Micheal Andretti teve que participar do Bump Day, uma espécie de repescagem com Dancia Patrick, Marco Andretti, Ryan Hunter-Reay e Mike Conway. Os dois últimos acabaram não se classificando, “obrigando” Michael Andretti a comprar pelo menos mais uma vaga no grid. E novamente Bruno Junqueira perdeu a vaga após ter se classificado em 19º com um dos carros da A. J. Foyt, o mesmo já havia ocorrido em 2009. Hunter-Reay ficou com a vaga do brasileiro, mas foi obrigado a largar no fim do pelotão e a usar o mesmo carro utilizada por Junqueira no Pole Day. Na prova, a equipe Andretti conseguiu a melhor colocação com Marco Andretti que terminou em nono. Danica cruzou a linha de chegada uma posição atrás, mas teve o gostinho de liderar por algumas voltas na parte final da corrida.

A Andretti realmente não é a mesma sem Tony Kanaan. Sorte da KV que vem surgindo como equipe em ascensão e que conta com a experiência de Tony para ajudar os seus inexperientes companheiros: Takuma Sato e Ernesto Viso.  Kanaan tem garantido também pontos importantes no campeonato para a equipe. E dessa vez Tony Kanaan aproveitou muito bem as 500 milhas. Apesar de partir de uma posição intermediária, o brasileiro foi crescendo durante a prova e chegou a andar na primeira colocação. No final sua experiência e garra valeram o quarto lugar para a KV. Em comparação com o “bom baiano”, os outros brasileiros na prova foram apenas regulares. Vitor Meira terminou em 15º, Castroneves em 17º e Bia Figueiredo em 21º.

Alguns outros pilotos devem ser lembrados, principalmente Oriol Servia da Newmann-Haas. A equipe já não é mais uma das grandes, mas o espanhol encontrou um bom acerto em Indianápolis e esteve sempre presente nas primeiras posições. Acabou cruzando a linha de chegada em quinto lugar. O belga Bertrand Baguette que pilota para a Rahal Letterman também fez uma boa prova e assim como Danica Patrick, chegou a liderar nas voltas finais. Mas o combustível estava chegando ao fim e sem uma bandeira amarela não era possível terminar a prova sem mais um pitstop. E por fim temos que falar do pole position. Alex Tagliani conseguiu um grande feito para a pequena Sam Schmidt, ao fazer o melhor tempo no Pole Day. Durante uma boa parte da prova o canadense conseguiu manter-se entre os primeiros, mas acabou abandonando na volta 148.

O campeonato segue sua vida após essa emocionante edição da Indy 500. A próxima etapa já é neste fim de semana e acontece no oval do Texas com sua pista com inclinação exagerada. A Ganassi parece ter tirado a grande diferença que a Penske apresentou nos circuitos mistos que antecederam Indianápolis. Fica a torcida para que a KV mantenha o ritmo de crescimento e dê boas condições para que Tony Kanaan participe dessa briga pelo campeonato.

Mercado Indy | A Festa da Cerveja

A Fórmula Indy é uma competição mais aberta para ações pontuais de marketing. Diferente da Fórmula 1, a competição de origem estadunidense tem a possibilidade de pinturas diferentes para carros de uma mesma equipe. A inclusão de mais de dois carros em uma mesma prova e de pilotos que participem apenas de algumas corridas são outros pontos que favorecem o aparecimento de parceiros esporádicos. E com as corridas sendo realizadas em locais tão diferentes como Japão, Brasil, EUA ou Canadá, esses patrocinadores podem ainda ser locais, associados a cidade ou ao país onde a prova está sendo realizada.

  

Na última etapa realizada na capital paulista, algumas marcas nacionais aproveitaram dessas peculiaridades da Indy e de sua passagem pelo país. Quem mais explorou essa situação foi a Cerveja Itaipava, que além de ser uma das marcas a dar nome a etapa (a outra foi a Nestlé), também patrocinou os carros de Tony Kanaan e Hélio Castroneves. Os dois mais experientes pilotos brasileiros na Indy estão competindo em equipes de expressão. Tony está na KV, uma equipe de médio porte que já alcançou bons resultados este ano. Já Hélio está em condições ainda melhores, é piloto da Penske, a melhor equipe do campeonato até o momento. Sinal de que muito dinheiro foi empregado nas ações pela Itaipava, pena que as participações desses pilotos não foram muito boas. Kanaan e Castroneves se envolveram em alguns acidentes ao longo da prova, o que os levaram para uma disputa mais na parte de trás do pelotão. De qualquer forma, os acidentes geraram uma boa exposição e existiam outras placas espalhadas pelo circuito. A TV Bandeirantes também ajudou, sempre colocando os pilotos brasileiros em entrevistas e em destaque ao longo da transmissão.

Raphael Matos e Bia Figueiredo foram outros dois pilotos brasileiros a contar com patrocínios locais. Matos levava em seu carro vermelho o logotipo da cerveja Schin, patrocinador que já estava presente em outras provas, mas em menor destaque. A pilota brasileira Bia Figueiredo também levava em seu carro um parceiro de outras provas. A empresa de combustível Ipiranga patrocina a brasileira desde o ano passado, mas este ano Bia vai participar de um número maior de corridas ampliando a exposição da marca nas transmissões da Fórmula Indy. A marca também soube explorar o período de recuperação da pilota. Tratando de uma lesão no punho provocada pela colisão de seu monoposto com um rival na primeira prova do ano, Figueiredo está utilizando uma proteção para mobilizar a região. O marketing da Ipiranga não bobeou e estampo a marca nessa proteção, já pensando nas possíveis fotos que ilustrariam matérias sobre a recuperação de Bia. Outra marca brasileira presente no carro da pilota foi a Monange. O interessante é que temos uma marca ligada ao mundo automobilístico, Ipiranga, e outra de cosméticos femininos, que aproveita bem a presença de uma mulher brasileira em um esporte tão masculino. Além de ser muito bonita, Bia sempre tem aparecido nas entrevistas e sessões de fotografias com um visual bem cuidado. Afinal de contas ela leva no macacão uma marca ligada a cuidados estéticos.

  

Como a próxima corrida será a famosa 500 milhas de indianápolis, é de se esperar que novos e fortes patrocinadores apareçam nas máquinas da Indy. A etapa é a mais tradicional do calendário e atrai uma audiência monstruosa, tornando assim um momento muito propício para ações de grande impacto, principalmente para marcas com atuação nos EUA.

Quadriculada Indy | São Paulo Indy 300, Brasil

A última etapa da Indy em São Paulo foi muito caótica. As condições meteorológicas associadas a problemas de escoamento em um circuito de rua mal adaptado levou a um grande número de acidentes e a grandes paralisações. Os problemas foram tamanhos que provocou o adiamento da prova para o dia seguinte. Em um cenário como esse quem largasse na pole position tinha uma certa vantagem. Quanto mais distante do bolo, mais fácil seria não se envolver em confusões. Foi esse o caso do vencedor da prova do Anhembi. Will Power dominou os treinos classificatórios da mesma forma que já havia feito nas corridas anteriores, facilitando parte de seu trabalho no dia seguinte, ou melhor nos dias seguintes. Mas um certo japonês iria tornar a prova um pouco mais difícil para Power.

A pequena parte da corrida realizada no domingo, foram apenas 14 voltas, foi suficiente para reduzir drasticamente as chances de alguns dos principais concorrentes de Power no campeonato. Ryan Hunter-Reay da Andretti que vinha em segundo no grid deu uma escapada na primeira curva após a largada, indo parar na área de escape e batendo na proteção de pneus. Ele acabaria voltando a corrida devido a paralisação provocada por um outro acidente na largada. Um dos companheiro de Power na Penske, o brasileiro Hélio Castroneves, também teve problemas nesse mesmo trecho, ele chocou-se com o muro que acompanha o “s” do samba após o toque de Dario Franchitti. No incidente, o carro de Hélio ainda seria acertado por Danica Patrick e Simona de Silvestro. E Patrick ainda atingiria a lateral do carro de Tony Kanaan, subindo sobre seu cockpit e lesionando a mão do brasileiro. Toda essa confusão levaria a primeira bandeira amarela e a perda de algumas voltas para a maioria desses pilotos.

Na primeira relargada feita no domingo, mais 4 carros rodariam no mesmo “s” do samba. Dentre eles Scott Dixon da Ganassi que já aparecia em segundo lugar depois dos primeiros acidentes. Os carros envolvidos voltariam para a prova sem a necessidade de bandeira amarela, mas já haviam sido ultrapassados pelos demais carros que estavam na pista. Nas voltas que se seguiram, Hunter-Reay que já havia rodado na primeira volta, encontrou o muro. Menos um concorrente para Power. Nesse momento a chuva já apertava e o brasileiro Vítor Meira também acertaria o muro, nesse caso no fim da reta da Av. Olavo Fontoura, provocando nova paralisação.

Uma última tentativa seria feita no dia 1º de Maio, com os carros dando algumas voltas atrás do safety car. Mas as condições não eram favoráveis, tanto que Mike Conway, vencedor da corrida anterior, acabou escapando e batendo mesmo andando em baixas velocidades. Power contabilizava assim menos um concorrente em condições de vencer em São Paulo. Com a pista nesse estado, os monopostos tiveram que voltar para os boxes aguardando a melhora do tempo que não veio. Por fim, os diretores de prova decidiram pelo adiamento para o dia seguinte. A decisão ajudou os pilotos envolvidos em acidentes, agora existia tempo para reparar os carros.

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A corrida reiniciaria na segunda-feira acompanhada por uma leve garoa. Na ponta estavam agora Will Power, Ryan Briscoe (dois carros da Penske), Takuma Sato (KV), Graham Rahal (Ganassi B), Dario Franchitti (Ganassi) e Marco Andretti (Andretti). Desses o principal concorrente de Power seria o japonês Takuma Sato. O que indicava claramente que as diferenças entre as equipes de ponta com as medianas havia diminuído consideravelmente. Sato veio então para o embate com um ritmo mais forte, contou com uma escapada de Briscoe para ficar entre os dois carros da Penske. Com a bandeira amarela provocada pelo choque de Bourdais e Hunter-Reay, Sato teve a oportunidade de reduzir a diferença para Will Power e tomar a primeira posição logo na relargada. Mas a bandeira amarela seguinte iria mudar o destino de Sato na prova.

Raphael Matos, Bia Figueiredo e Tony Kanaan andavam próximos nessa parte da corrida. Um toque sofrido por Matos provoca o choque com o carro de Kanaan que atinge Bia. O acidente tira da prova Matos e Bia, além de causar mais uma paralisação. Franchitti da Ganassi também sai da pista, complicando suas chances de vitória. Neste momento a Penske muda a estratégia e traz Power para os pits, enquanto Sato permanece na pista, torcendo por novas paralisações que o ajudaria na economia de combustível. A estratégia da equipe do japonês, a KV, se mostraria equivocada já que nenhum acidente aconteceria daí por diante. Mas naquele momento Sato apareceria na ponta, seguidos por Marco Andretti e Ernesto Viso. Nas voltas que se seguiram, Viso ultrapassa Marco e a dobradinha da KV em São Paulo parecia ser um sonho possível. Na briga para manter-se a frente de Andretti, Viso acabaria por cometer uma penalidade e seria obrigado a um drive-through. Como uma nova bandeira amarela não veio, Marco Andretti e depois Takuma Sato foram obrigados a fazer mais uma parada. Marco ousou os pneus macios, mesmo com a pista ainda molhada, acabou rodando em vários pontos da pista. Já Sato fez apenas um splash-and-go, voltando em sexto. Assim a prova se abriu para a vitória de Power que fez uma prova estratégica e viu seus concorrentes da Ganassi, Andretti, KV e seus parceiros de Penske naufragarem em meio a acidentes e o mau tempo. Completaram o pódio Graham Rahal da equipe B da Ganassi e Ryan Briscoe da Penske. A volta mais rápida acabou ficando com a incrível Simona de Silvestro que, se não fosse o acidente no sábado, poderia estar entre os primeiros.

Terminada a prova do Anhembi, Power é agora o líder, com Franchitti que terminou a prova em quarto na vice-liderança. Um surpreendente Oriol Servià da Newmann-Haas vem em terceiro, o espanhol foi quinto em São Paulo. Kanaan ainda é o melhor brasileiro na tabela geral do campeonato, o “bom baiano” está no sexto posto.

A próxima etapa será a tradicional Quinhentas Milhas de Indianápolis. Uma prova que tem quase um mês inteiro de preparação e que abre a temporada de ovais na Indy. Tudo pode mudar, a força que Power demonstra nos circuitos mistos não é a mesma nos ovais. E o longo tempo de preparação favorece os rivais na procura de melhores ajustes.