Quadriculada F-1 | Hungaroring, GP da Hungria

Falei e disse! Em condições adversas, o vencedor seria Jenson Button na Hungria. E não deu outra, o tempo instável em Budapeste, alternando chuva leve e pista seca, somado a um desgaste elevado de pneus, exigiu mais estratégia do que garra dentro da pista.

A McLaren apareceu bem nesse cenário. Não apenas com Jenson Button, mas também com Lewis Hamilton que já na largada pressionava o pole position Sebastian Vettel. O jovem alemão da Red Bull não resistiu e em poucas voltas Hamilton já liderava a corrida. Mas com escolhas erradas e uma pilotagem muito agressiva acabaria vendo sua corrida indo por água abaixo. Hamilton passou por uma zebra na chicane e rodou, ao tentar voltar quase acerta Paul Di Resta, um retardatário da Force India. A rodada valeria a primeira posição tomada por Button que também já havia ultrapassado Vettel. Mas mais para a frente o retorno atrapalhado para a pista renderia um drive-through. A penalização jogaria Hamilton mais para trás e lhe sobraria apenas a disputa com Webber pela quarta posição. O inglês acabaria ultrapassando o australiano da Red Bull.

Como se vê, o fim de semana da Red Bull não foi tão bom quanto se imaginava. Esperavasse mais de Vettel que largava da pole. Mas como alemão lidera o campeonato como uma certa folga, a segunda colocação alcançada ao final da prova com a ajuda dos erros de Hamilton se mostrou adequada aos seus planos. Mark Webber, o outro piloto da Red Bull, não ficou tão contente. O australiano largou em sexto e cruzou apenas uma posição a frente.

As Ferraris também não foram tão bem para quem ainda sonha com a briga pelo título. O início da prova foi marcado por saídas de pistas de Fernando Alonso e Felipe Massa que perdiam posições para carros piores como os Mercedes de Nico Rosberg e Michael Schumacher. Mas ambos pilotos não desistiram da luta e partiram para cima dos adversários. Os resultados dessas disputas não seriam a mesma para os companheiros de Ferrari. Alonso saiu ileso, enquanto Massa perdeu parte da asa traseira ao tentar ultrapassar Rosberg. No final, o espanhol conseguiu um pódio com seu terceiro lugar. Já o brasileiro teve que lutar muito para superar carros piores e chegar em sexto.

Completando os dez primeiros, destacaram-se Paul Di Resta da Force India em sétimo e os carros da Toro Rosso. Sebastien Buemi partiu de penúltimo para chegar em oitavo, enquanto seu companheiro Jaime Alguesuari cruzou em décimo. No meio desses pilotos de equipes medianas, Rosberg colocou seu Mercedes na nona colocação. Muito pouco para uma equipe que vislumbrou brigar com as grandes.

Esta foi a última corrida antes da pausa que a Fórmula 1 faz em agosto. Mas já agora neste próximo fim de semana, o circo volta com seu espetáculo de velocidade. O Grade Prêmio será na Bélgica no ótimo circuito de Spa-Francorchamp. A McLaren vem em alta, mas Vettel segue precisando de resultados medianos para conquistar o título.

Quadriculada F-1 | Nürburgring, GP da Alemanha

Santo de casa não faz milagre. Essa parece ser a máxima de Sebastian Vettel, o bicho-papão do campeonato segue sem vencer em casa. Nem na primeira fila o jovem alemão conseguiu largar, foi superado pelo pole e companheiro de equipe Mark Webber e por Lewis Hamilton, da McLaren. Mesmo com Webber com o melhor tempo da classificação, o dia da Red Bull também não foi dos melhores. A equipe com o melhor carro do campeonato viu a diferença em relação aos rivais McLaren e Ferrari diminuir. O que fez com que seus pilotos ficassem atrás de pelo menos um carro de cada um dos seus adversários. Resultado final: vitória de Hamilton, com Fernando Alonso em segundo.

Nürburgring foi uma corrida em que a Red Bull perdeu a vitória literalmente na pista, numa disputa franca entre os pilotos, sem interferências de problemas de pit stop, mal tempo ou erro de seus pilotos. E olha que os difusores que haviam sido proibidos na Inglaterra voltaram a ser liberados pela FIA. Na verdade essa mudança favoreceu aparentemente mais a McLaren que havia perdido muito desempenho no GP da Inglaterra. Já a Ferrari não sentiu tanto o golpe, com ou sem difusores os italianos estão melhores no campeonato e talvez o título de pilotos não esteja assim tão definido para o lado de Sebastian Vettel. Se Hamilton, Alonso e Webber seguirem fortes nas corridas que se seguem, haverá possibilidade de uma disputa franca pelo título de 2011.

E foram justamente esses os principais protagonistas do GP da Alemanha. Hamilton, Alonso e Webber disputaram ao longo da corrida as três primeiras posições. No início a disputa estava mais centrada entre Hamilton e Webber. O australiano largou na pole position, mas foi superado pelo inglês logo na largada. Enquanto isso Alonso tomava a terceira posição de Vettel, mas o alemão retomaria em seguida devido a um erro do espanhol. Mas isso não durou muitas voltas e o espanhol conquistou novamente a terceira posição. Daí por diante Alonso se aproximou da dupla da frente, enquanto Vettel com problemas nos freios passou a disputar a quarta posição com Massa.

As paradas para trocas de pneus marcaram as trocas de posição entre Hamilton, Webber e Alonso. Webber chegaria a retomar a ponta antes da primeira troca, mas Hamilton daria o troco no australiano logo em seguida. Com um maior desgaste nos pneus, Webber seria o primeiro a parar, deixando a briga pela vitória nas mãos de Hamilton e Alonso. O espanhol da Ferrari conseguiria ultrapassar o inglês da McLaren na segunda troca de pneus, mas Hamilton novamente retomaria a primeira colocação com muito arrojo. Após essa segunda troca não haveria mais alternância de posições, mesmo com a terceira parada sendo realizada tanto para Hamilton, Alonso quanto para Webber.

Esse trio de pilotos da McLaren, Ferrari e Red Bull conseguiu assim um maior destaque em relação aos seus respectivos companheiros de equipe. Na McLaren, Jenson Button fez uma prova mais discreta e abandonou quando estava na quinta posição. Felipe Massa da Ferrari poderia até ter brigado com o trio da frente, mas ficou travado atrás de Nico Rosberg da Mercedes durante as primeiras voltas da corrida. Após superá-lo, passou a disputar com Sebastian Vettel da Red Bull a quarta posição. O brasileiro chegou a ultrapassar o líder do campeonato e se manteve nessa posição ao longo de várias voltas, mas no último pit stop, realizado nas voltas finais, Massa sofreu com mais um erro da Ferrari e foi ultrapassado por Vettel antes de sair dos boxes.

O embaralhamento visto na Alemanha não ficou restrito apenas entre as três melhores equipes da F-1. A Mercedes que deveria estar logo atrás de Red Bull, McLaren e Ferrari, viu seus pilotos serem superados pela Force India de Adrian Sutil que terminou na sexta colocação. Nico Rosberg que chegou a lutar com Massa pela quinta posição, terminou em sétimo. Michael Schumacher, seu companheiro de equipe, veio logo atrás. O veterano alemão largou bem em sua terra natal, mas acabou cometendo erros durante a prova que o levaram a terminar na oitava posição. Kamui Kobayshi, da Sauber, veio logo em seguida. O japonês fez novamente uma boa prova brigando com carros da Mercedes e da Renault. Fechando os dez primeiros, Vitaly Petrov fez mais que seu companheiro de Renault, Nick Heidfeld. Algo não muito difícil, já que Heidfeld se envolveu em um acidente com Buemi no início da prova. Dessa forma, Force India e Sauber, equipes consideradas médias, colocaram pelo menos um de seus pilotos entre carros de equipes de maior porte como Mercedes e Renault. O mesmo não pode ser dito de Williams e Toro Rosso. Ambas equipes não tiveram muitas chances na Alemanda. A exceção talvez seja Barrichello, o brasileiro poderia talvez ter conquistado pontos para a Williams, mas sofreu novamente com problemas em seu monoposto. Rubens abandonou devido a um vazamento de óleo.

A próxima corrida será na Hungria e a esperança novamente está no ar. Red Bull e Sebastian Vettel são a aposta mais certa para o título desse ano, mas a vitória de Hamilton e as boas atuações de Alonso e Webber alimentam novas esperanças. Certo mesmo só uma disputa mais acirrada pela vitória em Hungaroring, já que Vettel segue precisando apenas de resultados medianos para vencer o campeonato.

Quadriculada F-1 | Silverstone, GP da Inglaterra

Os touros vermelhos bateram cabeças, erraram e deixaram a vitória escapar. Com as atrapalhandas da Red Bull, o astro na Inglaterra foi Fernando Alonso. Antes da corrida o espanhol andou com um carro histórico da Ferrari em comemoração aos 60 anos da primeira vitória da escuderia na Fórmula 1. E o seu show continuou quando as luzes vermelhas se apagaram para que a corrida começasse. Demonstrando que a equipe vem se recuperando, o espanhol foi para cima dos pilotos da Red Bull e contou com um conjunto de sorte, talento e melhorias no seu carro para vencer o GP da Inglaterra.

A evolução da Ferrari pode ser explicada pelas mudanças feitas no assoalho e na asa traseira do monoposto de Fernando Alonso e Felipe Massa. Mas a equipe também contou com mudanças no regulamento que proibiram o escapamento aerodinâmico, um dos trunfos dos carros da Red Bull, e um pouco com as mudanças climáticas em Silverstone. Correndo em uma pista entre seca e molhada e usando pneus intermediário a equipe de Maranello teve um dia de alegria.

Mas a vida da Ferrari não foi tão fácil assim na Inglaterra. A Red Bull havia começado o fim de semana bem. Mark Webber conquistou a pole position e largava ao lado do companheiro, o líder do campeonato Sebastian Vettel. Já na largada, o jovem alemão tomou a ponta do australiano e se manteve na primeira posição uma boa parte da corrida. Webber não conseguia manter o ritmo de Vettel, fazendo com que Alonso ficasse muito próximo de seu carro. A primeira sequência de trocas de pneus não mudou muita coisa. Mas na segunda sequência, Alonso tomaria a segunda colocação de Webber em quanto esse fazia sua troca de pneus. Voltas depois, Vettel e Alonso entrariam juntos para o último pitstop, mas a Red Bull errou, fazendo com que Vettel ficasse muito tempo parado. Alonso assumiria então a ponta para não mais perder. Vettel ainda sofreria a pressão do companheiro que mesmo sendo orientado pela equipe a não atacar o líder do campeonato, partia para cima. Mas o jovem alemão conseguiu manter a segunda colocação sem nenhum choque com Webber.

Se a Ferrari conseguiu finalmente vencer a Red Bull e se tornar um concorrente de peso, principalmente com Alonso, a McLaren vem perdendo terreno. A equipe inglesa parece ter sofrido mais com a mudança de regulamento do que a própria Red Bull. A classificação foi ruim para seus pilotos, com Lewis Hamilton largando em décimo e Jenson Button em quinto, atrás dos carros da Red Bull e da Ferrari. Na corrida, Hamilton mostraria força mais pelo seu talento em condições inconstantes de pista. Nas primeiras voltas recuperaria algumas posições, chegando a andar em terceiro em alguns momentos. No final, brigou e tomou de Felipe Massa a quarta posição. Button não foi tão bem, andando em ritmo semelhante do companheiro, o inglês sofreria com um pitstop mal feito no final da prova. Uma roda mal fixada o faria abandonar a corrida.

Completando as equipes grandes tivemos a Mercedes fazendo uma prova novamente regular. A classificação foi ruim para Nico Rosberg (9º) e Michael Schumacher (11º). Na corrida, Rosberg levou seu carro a posição de costume, logo atrás de Red Bull, Ferrari e McLaren. Ganhou apenas mais uma posição com o abandono de Button, terminando na sexta colocação. Schumacher tinha um ritmo melhor e poderia ter terminado a prova bem a frente do companheiro. Mas o veterano vem repetindo provas conturbadas e novamente se chocou com um outro piloto. Kamui Kobayashi foi a vítima da vez. Punido, Schumacher partiu para uma corrida de recuperação, terminando na nona colocação.

Falando em Kobayashi, a Sauber, sua equipe, teve um dia de altos e baixos. Kamui sofreu com um pouco de tudo ao longo da prova: toques de Schumacher e Di Resta; um incidente que quase provocou um acidente dentro dos boxes com Pastor Maldonado; e falhas no motor que provocaram seu abandono. Em compensação o outro piloto da equipe conquistou sua melhor colocação em uma prova de F-1. Sergio Pérez completou a corrida em sétimo, logo atrás de Rosberg da Mercedes que suou para se manter a frente do mexicano.

Completando a zona de pontuação, Nick Heidfeld da Renault chegou em oitavo e Jaime Alguesuari da Toro Rosso em décimo. A Renault segue assim perdendo espaço e vem lutando com as equipes médias como Sauber e Toro Rosso. E Heidfeld mantém sua performance mediana, conquistando mais alguns pontinhos para a equipe que também sofreu muito com a eliminação dos difusores soprados. Na Toro Rosso parece que a pressão sobre o jovem espanhol vem surtindo efeito, já é a terceira corrida seguida que Alguesuari pontua.

As demais equipes médias não tiveram tanta sorte. A Williams que vinha de uma melhora de desempenho, parece que estagnou novamente. Barrichello largou mal e se recuperou apenas para terminar em 13º. Maldonado veio em seguida, em uma corrida ruim depois de largar da sétima colocação. Das equipes pequenas vale apenas o registro da primeira prova de Daniel Ricciardo pela Hispania, o piloto bancado pela Red Bull conseguiu terminar a corrida, chegando na 19ª colocação.

A próxima etapa da Fórmula 1 será em Nürburing, na Alemanha. A Ferrari vem em alta, mas pode levar um revés se a FIA retirar a proibição dos difusores soprados. A discussão foi jogada para as equipes e apenas Ferrari e Sauber não estão de acordo com essa nova mudança. Apesar da recuperação da Ferrari, a Red Bull segue como a melhor postulante ao título, isso com ou sem difusor. Parece que a única coisa que ainda está em jogo é quando o campeonato será decidido.

Quadriculada F-1 | Valência, GP da Europa

Dois touros e um único toureiro, o resultado? O toureiro superou apenas um adversário, o outro saiu em disparada passando por cima de todos, como se Valência fosse Pamplona. Sebastian Vettel e seu Red Bull estão praticamente imbatíveis. Com a vitória deste domingo no GP da Europa, venceram 6 de 8 corridas realizadas, terminando em segundo nas duas que não venceram. Mark Webber, o outro touro vermelho, andou melhor, mas foi superado por Fernando Alonso em uma das pouquíssimas ultrapassagens vistas em Valência.

Pois é, o circuito de rua valenciano é veloz e tem um cenário maravilhoso, com navios, construções antigas, praias e belas mulheres, mas a corrida permanece em seu destino de etapa chata com poucas ultrapassagens ou disputas por posições. Nem mesmo todas as mudanças implementadas para dar uma maior competitividade as corridas tornou o GP da Europa mais atrativo. Olha que havia ainda a entrada em vigor de uma das novas proibições determinadas pela FIA, em uma clara atitude de limitar a força da Red Bull nesta temporada. Nesta etapa foi proibido o mapeamento do motor, solução que pode modificar características de seu funcionamento dependendo das condições de corrida e que é feito de forma remota. No próximo GP será a vez de proibir os difusores sopradores que jogam ar quente por baixo do carro diminuindo a pressão aerodinâmica. Todas essas inovações estão nos monopostos desenvolvido por Adrian Newey para a equipe das latinhas de energéticos, mas parece que as restrições não deram o efeito esperado.

Se a Red Bull permanece sendo a melhor equipe, principalmente com Vettel, o seu principal concorrente parece ter mudado. Ou melhor, talvez tenha sido duplicado. A McLaren foi bem no Canadá com a vitória espetacular de Jenson Button, e já havia vencido na China com Lewis Hamilton. Mas agora é a Ferrari que se apresenta como concorrente em ascensão. Fernando Alonso foi segundo em duas corridas, Mônaco e agora Valência. E Felipe Massa vem se recuperando, talvez não a ponto de ser um concorrente para os pilotos rubro-taurinos, mas pelo menos para duelar com os da McLaren. Felipe terminou este GP em quinto, justamente entre Hamilton e Button. Chegou até a fazer uma boa largada saltando de quinto para terceiro, mas já na primeira curva forçou uma ultrapassagem sobre Webber. O resultado não foi dos melhores, já que Alonso lhe tomou a terceira colocação nessa manobra. Daí por diante seguia em quarto, mas com um novo erro da Ferrari em seu pitstop, Felipe perdeu a quarta posição para Hamilton.

Enquanto Ferrari e McLaren disputam a posição de rivais da Red Bull, a Mercedes vai se distanciando desse grupo. A equipe alemã vai bem nos treinos livres, porém tem um desempenho pífio em corrida. Nico Rosberg conseguiu pelo menos pontuar, cruzando a linha de chegada em sétimo. Enquanto isso Michael Schumacher chegou apenas em 17º, saindo da zona de pontuação devido a um choque com Vitaly Petrov. Falando em Renault, a equipe segue caindo de produção. Em Valência, Petrov não passou pelo Q2, largando apenas em 11º. Na corrida foi ainda pior, cruzando em 15º. Heidfeld teve um desempenho melhor, mas continua muito discreto para quem foi contratado para substituir Robert Kubica. Largou da nona colocação e chegou em décimo, ficando atrás de carros de equipes médias. Na verdade, a luta da Renault agora não é mais com as equipes da ponta, nem mesmo a Mercedes. Apesar do bom início de ano com direito a podiums, a equipe francesa briga agora é com equipes do meio do pelotão como Sauber e Force India.

E nesse grupo de equipes médias tivemos também algumas novidades. A Force India apareceu forte desde os treinos livres, Adrian Sutil passou inclusive para o Q3, largando da 10ª colocação. Na corrida, Sutil conquistou mais uma posição. Quem também pontuou foi Jaime Alguesuari da Toro Rosso. Correndo em casa, o jovem espanhol superou uma péssima posição no grid de largada, 17º lugar, com uma boa estratégia com apenas duas paradas para terminar a corrida em oitavo. Os demais pilotos de equipes medianas se embaralharam no meio do grid, nessa briga Rubens Barrichello conseguiu um modesto 12º lugar, quebrando uma sequência de pontos que vinha desde Mônaco.

Entre as pequenas, nada de novo. O quadro de forças permaneceu o mesmo, na seguinte sequência (do mais forte para o mais fraco): Lotus, Marussia Virgin e Hispania. Novidade mesmo é que todos os pilotos dessas equipes conseguiram terminar prova. Eles e todos que largaram em Valência, por sinal um recorde. Não que isso seja de muito valor, pois mesmo com tantos carros na pista, o Grande Prêmio da Europa não foi muito disputado.

O campeonato segue assim praticamente definido, com a tendência de Sebastian Vettel e Red Bull como futuros campeões. Sobraria apenas o vice para ser disputado por Webber, Button, Hamilton e Alonso. No campeonato de equipes, apenas McLaren e Ferrari tem chances de conquistar o vice-campeonato. E será essa luta pelo vice e pela vitória de um ou outro GP que trará emoções daqui para frente. A próxima corrida será na Inglaterra, no dia 10 de Julho, em Silverstone. Com certeza será um corrida melhor que Valência, não apenas por que as novas limitações estarão em vigor, mas principalmente porque Silverstone é um circuito melhor. McLaren e Ferrari deverão também tentar uma última cartada, novos pacotes de atualização serão implementados no tradicionalíssimo GP da Inglaterra.

Quadriculada F-1 | Montreal, GP do Canadá

Alonso? Vettel? Nada disso, quem brilhou no GP do Canadá deste ano foi Jenson Button. O inglês que é conhecido pelo seu estilo de pilotagem mais suave e equilibrado, fez uma das mais belas corridas de sua carreira. Button lutou bastante ao longo de toda a prova, sofrendo com batidas, punições e as inconstâncias do clima. Mas mesmo assim foi para cima dos adversários de forma agressiva e levou seu McLaren a vitória, que ainda teve como um toque especial uma ultrapassagem na última volta sobre o líder do campeonato.

A corrida em Montreal foi mesmo especial, não apenas por causa da chuva e toda a confusão que ela proporcionou, mas pelas possibilidades que o circuito canadense oferece e pela habilidade de alguns pilotos. O GP canadense foi rico em ultrapassagens e disputas por posições, com cinco paralisações provocadas pelo mau tempo e alguns acidentes, uma delas durou mais de 2 horas, tornando este GP o mais longo da história da Fórmula 1. E ainda tiveram as lambanças de um fiscal de prova que escorregou e quase foi atropelado ao tentar tirar detritos da pista em uma das bandeiras amarelas.

Mas vamos aos detalhes. Após a classificação no sábado, ficou a sensação de que Red Bull e Ferrari comandariam o espetáculo no Canadá. Sebastian Vettel largava em primeiro e entre ele e seu companheiro de equipe, Mark Webber, vinham as Ferrari de Fernando Alonso e Felipe Massa. Logo atrás classificaram, aí sim, os pilotos da McLaren e Mercedes embaralhados entre si: Lewis Hamilton, Nico Rosberg, Jenson Button e Michael Schumacher. Os carros da Renault completaram os dez primeiros.

O quadro de forças era aparentemente esse, mas no dia seguinte isso mudaria de figura com todos os temperos que foram adicionados a esta prova. A começar pela largada, com a forte chuva que caiu na hora marcada para o início da corrida, as primeiras quatro voltas foram dadas com o safety car na pista e os monopostos em fila. Quando enfim começou a valer de verdade a disputa, Alonso foi para cima de Vettel seguido por Massa. Mas as três posições iniciais se mantinham, o que não aconteceu com Webber e Hamilton. O inglês da McLaren forçaria a passagem sobre o australiano, tocando em seu carro e o fazendo rodar. Webber acabou perdendo 10 posições nessa história, enquanto Hamilton ficaria em sexto. Mesmo com esse primeiro acidente, Lewis Hamilton seguiria com uma pilotagem agressiva e destemperada. O próximo duelo seria com seu companheiro de equipe, o também inglês Jenson Button. Na entrada da reta principal, Hamilton força a ultrapassagem e Button fecha o companheiro pela linha de dentro. Prejudicado pela pouca visibilidade, Jenson acabaria jogando Lewis no muro que teria a suspensão traseira de seu carro danificada e seria forçado a abandonar a corrida. A bandeira amarela apareceria apenas no local, seguindo a corrida.

Após o incidente com Hamilton, Button resolveu trocar os pneus de chuva pelos intermediários. Mas ao sair dos boxes, excederia a velocidade e seria punido voltas depois com um drive-through. Outros pilotos também mudariam para essa tática de pneus intermediários, dentre eles Alonso. Mas a chuva voltaria a apertar e na volta 25 a prova foi interrompida com bandeira vermelha, o que possibilitou a troca de pneus e a manutenção em todos os carros. A paralisação levaria um pouco mais de 2 horas e os dez primeiros até então eram: Vettel, Kobayashi, Massa, Heidfeld, Petrov, Di Resta, Webber, Alonso, De la Rosa e Button.

Com o reinício da prova, Button parte para a recuperação. Na volta 34 ele já está colado em Fernando Alonso e tenta a ultrapassagem na entrada de uma curva. Acaba tocando no espanhol, o que o levou a rodar e a sair da pista, ficando preso em uma das zebras. Alonso abandonaria após o acidente e Button seria forçado a trocar os pneus caindo para as últimas posições. O safety car também é acionado, o que reaproximou novamente os carros.

Com o fim da bandeira amarela causada por esse incidente, a prova novamente se reinicia e quem se destaca agora é Michael Schumacher. O heptacampeão ultrapassa Heidfeld que estava em quarto e se aproxima da briga entre Kobayashi e Massa pela segunda colocação. Num descuido desses dois últimos, o veterano faz uma ultrapassagem dupla e assume temporariamente a segunda colocação. Enquanto isso Button seguia recuperando posições e seria beneficiado por uma nova paralisação. Após o choque de Heidfeld em Kobayashi que danificou a asa dianteira do primeiro e provocou a perda de controle do seu monoposto.

As voltas finais da prova começam com Vettel na frente, seguido por Schumacher, Webber e um impressionante Button que havia feito sete ultrapassagens e foi beneficiado pela paradas de pitstops de pilotos que estavam a sua frente. Webber passa então a pressionar Schumacher, em uma das tentativas de ultrapassagem perde um pouco o controle do carro e Button aproveita e ultrapassa o australiano. Jenson Button parte então para cima do veterano da Mercedes e conquista a posição até com facilidade. O ritmo de corrida do piloto da McLaren era forte nesse fim de prova e se aproximava muito do carro de Vettel. Na última volta, quando já não parecia ser provável a ultrapassagem, o jovem alemão da Red Bull erra a poucos quilômetros da linha de chegada e abre passagem para que Jenson Button vença de forma incrível o GP do Canadá.

Vale destaque também a ultrapassagem de Massa sobre Kobayashi um pouco antes da linha de chegada. O brasileiro tinha um bom carro neste fim de semana, lutou muito e não teve tanta sorte, acabou em sexto. Michael Schumacher também precisa ser citado, já que terminou em quarto e fez boas ultrapassagens ao longo da prova, sendo uma delas dupla sobre Massa e Kobayashi. Quem conseguiu sobreviver após tantos incidentes também acabou sendo premiado. Barrichello levou mais dois pontos para a Williams, que melhorou muito nas últimas corridas. Outros que levaram seus pontinhos foram os pilotos da Toro Rosso, Alguesuari terminou em oitavo e Buemi em décimo. E por fim, Kobayashi também foi muito bem, chegou a estar em segundo, mas perdeu ritmo com a pista mais seca e acabou em sétimo.

Apesar da vitória de Button, o campeonato se mantém bastante favorável para Sebastian Vettel e a Red Bull. De qualquer forma a McLaren parece estar em posição de igualdade neste momento do campeonato com a equipe austríaca. Já a Ferrari deve ter a última chance de permanecer na disputa pelo título na próxima prova em Valência, em um circuito de rua de difícil ultrapassagem.