Quadriculada Indy | Texas Twin 275 e Milwaukee 225, EUA

O Quadriculada Indy de hoje será duplo, ou melhor triplo, já que a prova realizada no Texas teve duas baterias. Vamos começar justamente por essa novidade. A organização da Indy programou uma rodada dupla para a etapa texana realizada na cidade de Fort Worth. Um fato histórico, já que essa foi a primeira vez que esse sistema foi adotado na Indy. A definição do grid de largada também foi modificada para essa prova, sendo realizada de forma convencional na primeira prova e através de sorteio na segunda. Cada bateria valeu metade dos pontos de uma corrida convencional.

O pole da primeira corrida foi Alex Tagliani, o canadense repetiu a façanha alcançada em Indianápolis e fez o melhor tempo para a primeira bateria. E essa primeira corrida demonstrou novamente a força da Ganassi nos ovais. Dario Franchitti tomou a ponta já no início da prova e se manteve a frente durante toda a prova, exceção apenas para os momentos de pitstop. Em segundo cruzou seu companheiro de equipe, o neozelandês Scott Dixon. Com o domínio da Ganassi, emoção mesmo só nas voltas finais quando o acidente entre Charlie Kimball e Wade Cunningham provocou uma bandeira amarela. Com o pelotão da frente com os carros mais próximos uns dos outros, Dixon, Power e Tagliani pressionaram muito o escocês nas últimas voltas, mas no final deu Franchitti como vencedor. Completando os dez primeiros tivemos, além da dupla da Ganassi, os seguintes pilotos: Will Power, Alex Tagliani, Takuma Sato, Ryan Briscoe, Ernesto Viso, Vitor Meira, Graham Rahal e Hélio Castroneves. Ficando assim evidente o quadro de forças com Ganassi (Franchitti e Dixon) e Penske (Power, Briscoe e Castroneves) em luta franca pelo título. Boa participação também da KV com Sato e Viso. Os demais brasileiros, Tony Kanaan e Bia Figueiredo, foram apenas 11º e 22º respectivamente.

Na segunda etapa tivemos uma prova diferente graças ao sorteio das posições de largada. As forças do campeonato ficaram assim embaralhadas. Quem teve mais sorte foi Tony Kanaan que recebeu a pole position. O que ajudou ao brasileiro da KV a se sair melhor nesta segunda parte. Largando na ponta, lutou muito com Will Power na primeira parte da corrida para manter a primeira posição, mas acabou sendo ultrapassado por Power e alguns outros concorrentes, terminando numa boa quinta colocação. A prova acabaria sendo vencida por Power que conseguiu seu primeiro triunfo em um oval. A vitória do australiano não foi assim tão fácil, já que além de Kanaan, o piloto da Penske teve ainda que segurar o ímpeto de Scott Dixon no trecho final da corrida. O resultado mais fraco da Ganassi nesta segunda bateria se deve principalmente ao resultado ruim do sorteio da posição de largada para seus pilotos, forçando uma corrida de recuperação para ambos. Dixon partiu do meio do pelotão, mas conseguiu novamente um segundo lugar. Já Franchitti largou no fim do grid e teve que lutar durante toda a prova para terminar na sétima colocação.

Dessa forma, os dez primeiros dessa segunda bateria foram os seguintes: Power, Dixon, Briscoe, Castroneves, Kanaan, Andretti, Franchitti, Patrick, Hunter-Reay e Viso. Vítor Meira foi 11º e Bia Figueiredo 22º. A Penske saiu assim melhor nessa segunda etapa com Power, Briscoe e Castroneves entre os quatro primeiros. A Ganassi demostrou força mesmo com o sorteio ruim das posições de largada. E os carros da Andretti finalmente apareceram bem no Texas com Andretti, Patrick e Hunter-Reay entre os noves primeiros. A KV também repetiu um bom resultado com Kanaan e Viso.

A prova de Milwaukee foi realizada na semana seguinte da etapa do Texas. Novamente se viu uma batalha entre os carros da Ganassi e os da Penske, contando ainda com a participação de Tony Kanaan que vem ajudando muito a KV a se firmar com equipe de ponta. E o resultado da briga foi favorável à Ganassi. A prova realizada no estado do Wisconsin não foi dividida em duas baterias e nem contou com sorteio para as posições de largada, mas mesmo assim a sorte seria vital para o resultado final. E dessa vez foi a Ganassi que pôde contar com a sorte, além do talento de Dario Franchitti nos ovais. Um pneu furado nas últimas voltas 30 voltas tirou a vitória de Hélio Castroneves, deixando-a para o escocês que havia partido da pole position e estava sempre entre os primeiros. Franchitti venceu assim mais uma corrida em um oval e empatou com Will Power na tabela do campeonato.

Mas vamos aos detalhes da etapa de Milwaukee. A prova foi marcada pela disputa entre Franchitti da Ganassi, Castroneves da Penske e Kanaan da KV. Entre uma e outra bandeira amarela esses pilotos trocavam de posições. Mas os brasileiros não estavam com a mesma sorte do escocês. Na parte final da corrida, Kanaan acabou batendo e abandonando a corrida. Como Hélio já vinha sofrendo com problemas no pneu traseiro, acabou tendo que parar nos boxes durante essa bandeira amarela, deixando a primeira posição e a vitória para Franchitti. Completando os dez primeiros cruzaram a linha de chegada: Rahal, Servià, Power, Patrick, Hinchcliffe, Dixon, Sato, Castroneves e Wilson. As várias bandeiras amarelas e acidentes que a provocaram acabaram provocando assim um resultado final não muito condizente com o jogo de forças na Indy. Mesmo com a Ganassi na ponta com Franchitti e Rahal (da equipe B de Chip Ganassi), as equipes mais fortes acabaram se misturando com outras medianas. Dixon, Castroneves e Briscoe acabaram atrás de carros da Newmann-Haas e da Andretti. E a KV que vem se mostrando como uma postulante a terceira força, teve apenas Sato entre os dez primeiros, já que Kanaan que vinha na briga pela vitória bateu na parte final da corrida.

A próxima prova será em Iowa no dia 25 de Junho. E o campeonato tem no momento Dario Franchitti e Will Power empatados na ponta. Seguidos por um surpreendente Oriol Servià em terceiro, Dixon em quarto e Rahal em quinto. Kanaan é o melhor brasileiro e ocupa a sexta posição no campeonato. É bom a Penske e Power abrirem os olhos que a Ganassi vem forte com Franchitti e Dixon nos ovais, além de Rahal da equipe B de Chip Ganassi.

Quadriculada Indy | São Paulo Indy 300, Brasil

A última etapa da Indy em São Paulo foi muito caótica. As condições meteorológicas associadas a problemas de escoamento em um circuito de rua mal adaptado levou a um grande número de acidentes e a grandes paralisações. Os problemas foram tamanhos que provocou o adiamento da prova para o dia seguinte. Em um cenário como esse quem largasse na pole position tinha uma certa vantagem. Quanto mais distante do bolo, mais fácil seria não se envolver em confusões. Foi esse o caso do vencedor da prova do Anhembi. Will Power dominou os treinos classificatórios da mesma forma que já havia feito nas corridas anteriores, facilitando parte de seu trabalho no dia seguinte, ou melhor nos dias seguintes. Mas um certo japonês iria tornar a prova um pouco mais difícil para Power.

A pequena parte da corrida realizada no domingo, foram apenas 14 voltas, foi suficiente para reduzir drasticamente as chances de alguns dos principais concorrentes de Power no campeonato. Ryan Hunter-Reay da Andretti que vinha em segundo no grid deu uma escapada na primeira curva após a largada, indo parar na área de escape e batendo na proteção de pneus. Ele acabaria voltando a corrida devido a paralisação provocada por um outro acidente na largada. Um dos companheiro de Power na Penske, o brasileiro Hélio Castroneves, também teve problemas nesse mesmo trecho, ele chocou-se com o muro que acompanha o “s” do samba após o toque de Dario Franchitti. No incidente, o carro de Hélio ainda seria acertado por Danica Patrick e Simona de Silvestro. E Patrick ainda atingiria a lateral do carro de Tony Kanaan, subindo sobre seu cockpit e lesionando a mão do brasileiro. Toda essa confusão levaria a primeira bandeira amarela e a perda de algumas voltas para a maioria desses pilotos.

Na primeira relargada feita no domingo, mais 4 carros rodariam no mesmo “s” do samba. Dentre eles Scott Dixon da Ganassi que já aparecia em segundo lugar depois dos primeiros acidentes. Os carros envolvidos voltariam para a prova sem a necessidade de bandeira amarela, mas já haviam sido ultrapassados pelos demais carros que estavam na pista. Nas voltas que se seguiram, Hunter-Reay que já havia rodado na primeira volta, encontrou o muro. Menos um concorrente para Power. Nesse momento a chuva já apertava e o brasileiro Vítor Meira também acertaria o muro, nesse caso no fim da reta da Av. Olavo Fontoura, provocando nova paralisação.

Uma última tentativa seria feita no dia 1º de Maio, com os carros dando algumas voltas atrás do safety car. Mas as condições não eram favoráveis, tanto que Mike Conway, vencedor da corrida anterior, acabou escapando e batendo mesmo andando em baixas velocidades. Power contabilizava assim menos um concorrente em condições de vencer em São Paulo. Com a pista nesse estado, os monopostos tiveram que voltar para os boxes aguardando a melhora do tempo que não veio. Por fim, os diretores de prova decidiram pelo adiamento para o dia seguinte. A decisão ajudou os pilotos envolvidos em acidentes, agora existia tempo para reparar os carros.

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A corrida reiniciaria na segunda-feira acompanhada por uma leve garoa. Na ponta estavam agora Will Power, Ryan Briscoe (dois carros da Penske), Takuma Sato (KV), Graham Rahal (Ganassi B), Dario Franchitti (Ganassi) e Marco Andretti (Andretti). Desses o principal concorrente de Power seria o japonês Takuma Sato. O que indicava claramente que as diferenças entre as equipes de ponta com as medianas havia diminuído consideravelmente. Sato veio então para o embate com um ritmo mais forte, contou com uma escapada de Briscoe para ficar entre os dois carros da Penske. Com a bandeira amarela provocada pelo choque de Bourdais e Hunter-Reay, Sato teve a oportunidade de reduzir a diferença para Will Power e tomar a primeira posição logo na relargada. Mas a bandeira amarela seguinte iria mudar o destino de Sato na prova.

Raphael Matos, Bia Figueiredo e Tony Kanaan andavam próximos nessa parte da corrida. Um toque sofrido por Matos provoca o choque com o carro de Kanaan que atinge Bia. O acidente tira da prova Matos e Bia, além de causar mais uma paralisação. Franchitti da Ganassi também sai da pista, complicando suas chances de vitória. Neste momento a Penske muda a estratégia e traz Power para os pits, enquanto Sato permanece na pista, torcendo por novas paralisações que o ajudaria na economia de combustível. A estratégia da equipe do japonês, a KV, se mostraria equivocada já que nenhum acidente aconteceria daí por diante. Mas naquele momento Sato apareceria na ponta, seguidos por Marco Andretti e Ernesto Viso. Nas voltas que se seguiram, Viso ultrapassa Marco e a dobradinha da KV em São Paulo parecia ser um sonho possível. Na briga para manter-se a frente de Andretti, Viso acabaria por cometer uma penalidade e seria obrigado a um drive-through. Como uma nova bandeira amarela não veio, Marco Andretti e depois Takuma Sato foram obrigados a fazer mais uma parada. Marco ousou os pneus macios, mesmo com a pista ainda molhada, acabou rodando em vários pontos da pista. Já Sato fez apenas um splash-and-go, voltando em sexto. Assim a prova se abriu para a vitória de Power que fez uma prova estratégica e viu seus concorrentes da Ganassi, Andretti, KV e seus parceiros de Penske naufragarem em meio a acidentes e o mau tempo. Completaram o pódio Graham Rahal da equipe B da Ganassi e Ryan Briscoe da Penske. A volta mais rápida acabou ficando com a incrível Simona de Silvestro que, se não fosse o acidente no sábado, poderia estar entre os primeiros.

Terminada a prova do Anhembi, Power é agora o líder, com Franchitti que terminou a prova em quarto na vice-liderança. Um surpreendente Oriol Servià da Newmann-Haas vem em terceiro, o espanhol foi quinto em São Paulo. Kanaan ainda é o melhor brasileiro na tabela geral do campeonato, o “bom baiano” está no sexto posto.

A próxima etapa será a tradicional Quinhentas Milhas de Indianápolis. Uma prova que tem quase um mês inteiro de preparação e que abre a temporada de ovais na Indy. Tudo pode mudar, a força que Power demonstra nos circuitos mistos não é a mesma nos ovais. E o longo tempo de preparação favorece os rivais na procura de melhores ajustes.

Quadriculada Indy | GP do Alabama

Mais um prova realizada e a Indy já demonstra um quadro bastente claro. Ganassi e Penske são as equipes do momento. A disputa que já havia sido flagrada em St. Petersburg foi novamente vista em Barber. Mas a briga franca de seus pilotos e a possibilidade de entrada dos carros da Andretti nessa luta trazem grandes expectativas para o futuro do campeonato. Também não se pode descartar Tony Kanaan, o brasileiro já está na terceira colocação do campeonato e vem demonstrando uma boa consistência em sua nova equipe, a KV.

Voltando a prova, Will Power, da Penske, largou novamente na pole position, mas desta vez não deu chance para os seus adversários. Venceu o GP no Alabama mesmo com a grande quantidade de bandeiras amarelas, disputas e incidentes ao longo da corrida. Os demais carros da Penske não tiveram a mesma sorte. Ryan Briscoe que largava na segunda posição fazia uma boa corrida, mas acabou envolvendo-se em um acidente com Hunter-Reay na parte final. Já Hélio Castroneves fez uma boa largada, chegando a ficar em terceiro nas primeiras voltas. Mas já na primeira bandeira amarela teve problemas na relargada, saindo da pista. Perdeu posições nesse incidente e a partir daí não conseguiu mais alcançar os ponteiros, terminando a prova na sétima colocação.

Dentre os pilotos da Ganassi, quem mais se destacou foi Scott Dixon. Largando em terceiro, o neozelandês sempre esteve na disputa pelas primeiras posições, mas não conseguiu ultrapassar Power, terminando no segundo lugar. O vencedor da prova de St. Petersburg, Dario Franchitti, também fez uma boa corrida. Partindo da sétima colocação, o escocês conseguiu escapar das confusões para chegar na terceira posição. Os pontos conquistados valeram a segunda colocação geral no campeonato. Já os outros dois pilotos da Ganassi não forão tão bem. Graham Rahal andou sempre no meio do pelotão, terminado o GP do Alabama na 17ª colocação. E o novato Charlie Kimball largou da parte de baixo do grid, mas com muita luta alcançou a décima colocação.

Além de Penske e Ganassi, outras equipes apareceram bem na corrida. A Andretti melhorou seu desempenho em circuitos mistos, o que ajudou a Marco Andretti e Danica Patrick a participar das disputas na parte de cima da tabela. Marco teve um resultado final melhor ao conseguir completar a prova na quarta posição. Mas Danica também fez uma boa prova, com boas brigas, até ter problemas com desgastes de pneu e a perda de desempenho no final da corrida. Outra equipe com boa participação foi a Newmann-Haas, principalmente com Oriol Servia. O espanhol esteve sempre na disputa das primeiras posições e terminou a prova na quinta colocação.

Por fim, não podemos deixar de falar de Tony Kanaan e da KV. Tony teve uma classificação ruim, partia da 24ª posição. Já na largada ganhou dez posições, mas após a primeira bandeira amarela perdeu algumas dessas. Porém o brasileiro seguiu com sua corrida de recuperação, melhorando seu desempenho ao longo da prova. Já nas voltas finais, consegui ultrapassar Danica Patrick e Hélio Castroneves para completar a corrida em um bom sexto lugar que lhe garantiu a terceira posição no campeonato. O bom desempenho de Kanaan durante a corrida se deve em parte às mudanças de ajustes do seu carro a partir das configurações do carro de Takuma Sato. Seu companheiro classificou-se melhor (11ª posição) e tinha um carro mais acertado para aquele circuito. Sato também fez uma boa prova, lutando sempre entre os dez primeiros ou para entrar nesse grupo. Porém, um acidente acabou o tirando da corrida. Sinal de que a KV tem pelo menos dois bons pilotos e potencial para entrar na briga pelas primeiras posições com Penske, Ganassi e Andretti.

A próxima prova da Indy será em Long Beach, na Califórnia. E devem ser justamente essas as equipes na disputa. Will Power sai na frente com os ótimos resultados alcançados até agora.