Entre Aspas | “Os Capacetes de Mônaco”

Um outro blog interessante sobre Fórmula 1 é o do Ico. Os textos lá publicados são de autoria de Luis Fernando Ramos, o Ico. Jornalista que acompanha em loco todos os grandes prêmios da F-1, cobrindo o evento para a Rádio Bandeirante, o Lance e para o site Total Race. O “Entre Aspas” de hoje traz justamente a sugestão de leitura de um post publicado no Blog do Ico.

Em “Os Capacetes de Mônaco”, Ico destaca os capacetes com pinturas especiais utilizados por alguns dos pilotos da F-1. Como a prova do principado é cheia de detalhes e atrativos especiais, os pilotos geralmente aproveitam para utilizar uma pintura diferenciada. Dentre elas chamaram a atenção coincidentemente as dos capacetes dos três primeiros colocados em Monte Carlo: Sebastian Vettel, Fernando Alonso e Jenson Button. O capacete de Vettel que tem uma base associada a identidade visual da Red Bull, ganha a cada prova detalhes diferentes. Nesta foi feita uma especie de colagem com cartazes antigos de divulgação do GP de Mônaco. Alonso preferiu reforçar toda a tradição da prova com uso do dourado, preto e do branco no lugar das cores da Espanha e das Astúrias, que são o vermelho, amarelo e o ciano. Já Button fez uma homenagem as vítimas do terremoto do Japão ao trocar as cores e formas da bandeira da Grã-Bretanha pelas do país asiático. Além disso o inglês e seu companheiro de equipe, Lewis Hamilton, participaram de uma ação de marketing da Steinmetz. A tradicional joalheria incrustou diamantes em detalhes dos capacetes da dupla inglesa da McLaren. Confiram com mais detalhes essas e outras imagens no Blog do Ico.

A Bela e a Fera . F-1 | GP de Mônaco

     

O GP de Mônaco é uma prova especial no calendário da Fórmula 1. Acontece nas ruas estreitas de uma das mais charmosas cidades europeias. Além dos prédios antigos e os famosos Cassinos do principado, fazem parte do cenário belas mulheres que aproveitam o sol em trajes de banho das fachadas de hotéis e das milionárias embarcações ancoradas no cais de Mônaco. Além da beleza das plebeias presentes para assistir o GP, o público teve o deleite da presença de parte da ala feminina da família real monegasca. O príncipe Alberto de Mônaco foi acompanhado pela sobrinha – Charlotte é filha da princesa Caroline de Mônaco – e por sua futura esposa Charlene Wittstock na entrega dos troféus aos três primeiros colocados.

Enquanto as beldades aproveitavam toda a agitação em Mônaco, os pilotos se engalfinhavam na pista. O grande prêmio deste ano foi uma ótima prova, cheia de disputas e acidentes. E o personagem principal dessa trama foi Lewis Hamilton. O piloto inglês foi um misto de herói e vilão. Com suas manobras arriscadas trouxe para a corrida muitas emoções e ultrapassagens ousadas, mas também acabou com a prova de pelo menos dois pilotos. O duelo com Felipe Massa, ainda na parte inicial da corrida e na curva mais lenta da Fórmula 1, ocasionou danos no carro do brasileiro que o levariam a perder o controle de sua Ferrari e a bater dentro do túnel. Já na parte final, Hamilton atacou Pastor Maldonado, forçando a ultrapassagem na Sainte Dévote. Acabou jogando o venezuelano e seu Williams na barreira de pneus e provocando o abandono de Maldonado. Mas mesmo com as punições por esses incidentes, Hamilton cruzou a linha de chegada em sexto lugar.

Quadriculada F-1 | Monte Carlo, GP de Mônaco

Monaco GP 2011 Highlights from Snowmann Murat on Vimeo.

O resultado final do GP de Mônaco, com Sebastian Vettel vencendo pela quinta vez na temporada, não diz muito do que foi uma das melhores corridas dos últimos tempos. A prova no principado monegasco foi repleta de acidentes e com disputas e ultrapassagens que não podem ser colocadas na conta das mudanças implementadas para atual temporada (leia-se KERS, DRS e pneus pouco duráveis). E a história dessa corrida tem pelo menos duas tramas principais e que se entrelaçam em momentos fatais para o resultado final da prova: a disputa pela primeira posição entre Vettel, Alonso e Button e a corrida alucinada de Lewis Hamilton em busca de um resultado melhor que sua fraca posição inicial no grid.

Como já previsto, a luta pela vitória foi muito influenciada pela posição de largada. Sebastian Vettel manteve a ponta já na primeira curva e foi seguido por Jenson Button e Fernando Alonso. Esse último garantiu o terceiro posto com uma ultrapassagem sobre Mark Webber que novamente não largou bem. O início de prova também não foi bom para Lewis Hamilton e Michael Schumacher, eles acabaram perdendo algumas posições já na largada. Assim, Hamilton começava a batalha que iria durar por toda a prova. O primeiro duelo seria com Michael Schumacher e o jovem inglês ultrapassaria o veterano na Sainte Devoté em uma manobra arrojada, tocando roda com roda. O alemão acabaria com uma asa traseira e perderia desempenho, sendo ultrapassado em seguida por Rubens Barrichello.

A primeira parada nos boxes também foi um ponto importante na corrida. A sequência dessas primeiras paradas seria iniciada por Schumacher. Na volta 15 parou Button que colocaria novamente um pneu supermacio, evidenciando assim uma estratégia de três pitstops. Na volta seguinte pararam Vettel e Webber que sofreriam com o péssimo trabalho da Red Bull. A demora na troca de pneus colocou Button em primeiro, 8 segundo a frente de Vettel, e abria assim a possibilidade de vitória para o piloto da McLaren.

Com a situação mais a favor de Button, a Red Bull passa a adotar uma estratégia mais ousada para Vettel. O alemão colocou na primeira troca o pneus macio, o mais durável nesta prova, e buscaria a partir de agora não mais parar. Enquanto Vettel permanecia na pista, Button retornaria aos boxes na volta 33. Ao voltar para a corrida, perderia a posição para Vettel. Alonso vinha em terceiro, o espanhol partiu para uma estratégia mais tradicional com duas paradas, um meio termo entre a postura adotada por Vettel e Button.

Enquanto se desenrolava a luta pela ponta, Lewis Hamilton seguia na batalha por uma melhor posição. O adversário da vez era Felipe Massa e o brasileiro da Ferrari acabaria levando a pior. Hamilton forçou a ultrapassagem na curva mais lenta da Fórmula 1, a Loews, acabou chocando-se com Massa e danificando parte da asa dianteira do carro do brasileiro. Mesmo com a manobra, Massa ainda se mantinha a frente, mas dentro do túnel o brasileiro perdeu o controle de seu monoposto e acabou batendo. Na mesma volta Schumacher também abandonaria devido a problemas mecânicos. O ocorrido proporcionou um drive-through para Hamilton e a entrada do safety-car. O piloto da McLaren começava assim a intervir no destino dos postulantes pela vitória.

A prova reiniciaria com Vettel, Button e Alonso nas três primeiras posições. Adrian Sutil da Force India e Kamui Kobayashi da Sauber vinham em seguida, um ótimo resultado até o momento para os dois pilotos. A paralisação favoreceu Vettel que buscava apenas uma parada e conseguiu poupar um pouco de pneu. Button que andava com um pneu mais rápido e pouco resistente foi obrigado a parar na volta 49, fazendo o terceiro e último pitstop e colocando um pneu mais resistente para ir até o final da prova. O inglês voltaria atrás de Alonso, mas em poucas voltas reduziria a diferença para os carros do espanhol e de Vettel. Na volta 62 já estaria colado nos dois primeiros lugares.

Mas novamente um incidente afetaria a disputa pela primeira posição e lá estava novamente Lewis Hamilton no meio da confusão. Na volta 72, Paul Di Resta furou um dos pneus de seu Force India na curva da Tabacaria. Nesse instante uma série de pilotos vinham muito próximos e na tentativa de desviar do carro do escocês, esses pilotos acabaram tocando uns nos outro provocando um grave acidente. Nesse bolo, Hamilton tentava ultrapassar o carro danificado de Di Resta, enquanto que Petrov acertava a traseira de Alguesuari que acabou subindo sobre a asa traseira de Hamilton. Petrov acabaria colidindo de frente com o muro do S da Piscina e depois no carro do próprio Di Resta. O grave acidente levou a uma nova entrada do safety-car e posteriormente a determinação de bandeira vermelha.

Com a paralisação, os carros puderam ser reparados e tiveram seus pneus trocados. Ou seja, os pilotos que não tinham feito a segunda (ou terceira) troca de pneus e aqueles envolvidos no acidente levaram uma boa vantagem com o ocorrido. Foi o caso de Vettel que vinha em uma estratégia ousada, após um péssimo pitstop no início da corrida, e de Hamilton que tinha a asa traseira danificada de tal maneira que poderia ser excluído da prova. Alonso e Button foram assim prejudicados, já que tinham condições melhores que as de Vettel antes do incidente.

Os carros da Williams também levaram a pior. Após a relargada, Maldonado acabou sendo tocando por Hamilton na Sainte Dévote que o jogou para a barreira de pneus. Por mais esse incidente, o inglês foi punido ao final da prova com 20s de acréscimo em seu tempo de prova. Mas o seu resultado final acabou não sendo alterado, já que tinha uma boa vantagem para o carro que cruzou a linha de chegada depois do dele. O outro piloto da Williams também foi prejudicado. Rubens Barrichello fez sua última parada em bandeira amarela, antes da prova ser paralisada com a vermelha. Perdeu pelo menos duas posições nessa história.

Após tantas emoções, Vettel acabou cruzando em primeiro, ajudado em parte pela possibilidade de se trocar os pneus durante a paralisação, seguido por Alonso e Button. Webber chegou em quarto, após ultrapassar Kobayashi e Sutil nas voltas finais. O australiano acabou fazendo a melhor volta da prova nessa última parte da corrida. Kobayahi terminou na quinta posição, seu melhor resultado na F-1, superando Adrian Sutil também nas voltas finais. Esse último vinha perdendo posições e acabou cruzando a bandeirada em sétimo, atrás de Hamilton que mesmo com a punição terminou em sexto. Nick Heidfeld, após uma corrida apenas regular, levou seu Renault a oitava posição. Rubens Barrichello conseguiu os primeiros pontos da Williams na temporada, o brasileiro chegou na nona posição. O último a pontuar foi Sebastian Buemi da Toro Rosso.

Foi uma prova realmente interessante, com acidentes e ultrapassagens. Vettel contou com a sorte e talento para segurar Alonso e Button. Enquanto que Hamilton trouxe grandes emoções para a corrida, graças a sua pilotagem que de tão ousada provocou os principais acidentes da corrida. A próxima corrida será no Canadá, uma pista que favorece as ultrapassagens e tem um toque de pista de rua. Vettel segue como favorito, graças a seu talento, ao equipamento que a Red Bull lhe oferece, mas também a sorte de campeão que parece segui-lo.

Apostas F-1 | Monte Carlo, GP de Mônaco

A corrida no principado é uma prova especial. Atrai a atenção do mundo por acontecer nas ruas estreitas de uma das mais charmosas cidades da Europa. Aqui aparentemente a diferença do melhor carro da Fórmula 1 se reduziria, já que não existem curvas de alta velocidade e a aerodinâmica não é tão importante. Isso se confirmou nos treinos livres com a Ferrari liderando sem ter um carro tão bom quanto a McLaren e Red Bull. A equipe italiana fez o melhor tempo na quinta-feira com Fernando Alonso. Os pilotos da McLaren e Nico Rosberg da Mercedes também colocaram seus carros a frente dos favoritíssimos ao título do campeonato: Vettel e a Red Bull. Mas aí veio a classificação e as falsas aparências se dissiparam. Deu Sebastian Vettel novamente na pole position, seguido por Jenson Button e Mark Webber. Serão esses provavelmente os postulantes pela vitória no principado.

Quem poderia ter sido melhor na classificação foi Lewis Hamilton que chegou a liderar as duas primeiras etapas. O forte acidente de Sergio Pérez da Sauber na saída do túnel (o mexicano chegou a ficar desacordado) paralisou o Q3 e atrapalhou os pilotos que não tinha feito tempo. Após o resgate de Pérez e a manutenção de parte da pista danificada pelo acidente, sobrou tempo apenas para mais uma volta. O que não foi o suficiente para que Hamilton demonstrasse seu melhor desempenho. O inglês larga apenas em sétimo e sem grandes chances de brigar pela vitória, já que a pista em Mônaco não facilita as ultrapassagens. A frente do piloto da McLaren largam os carros da Ferrari e o Mercerdes de Schumacher.

A Renault também foi uma grande decepção. Vitaly Petrov e Nick Heidfeld não conseguiram passar para a última parte da classificação e vão largar respectivamente em 11º e 16º. As vagas abertas pela Renault no Q3 ficaram com Pastor Maldonado da Williams e Sergio Pérez da Sauber. Por sinal, as duas melhores equipes médias em Monte Carlo. O circuito favoreceu assim a problemática Williams que também colocou Rubens Barrichello em 12º. A equipe tem agora uma boa chance para finalmente pontuar no campeonato. A Sauber também colocou Kamui Kobayashi em 13º. A Force India vem em seguida com Di Resta e Sutil. Já a Toro Rosso ficou na rabeira do grupos das equipes médias, com um de seus pilotos sendo superado inclusive pelos carros da Lotus. Completando o grid vem as nanicas Virgin Marussia e a Hispania que nem treinou depois do forte acidente de Liuzzi nos treinos livres.