Hora do Comercial | VW no lado negro da força

A publicidade está sempre atenta para identificar oportunidades que possam se tornar ações mercadológicas memoráveis. Temas que estão em destaque na sociedade podem ser canalizados e vinculados de forma positiva a determinados produtos e serviços. E porque não em ações sem o viés comercial, com objetivos de engajamento social. Este foi o caso do Greenpeace em sua ação contra a Volkswagen, conhecida como “VW: the dark side”.

O fabricante alemão de automóveis havia lançado a pouco tempo uma campanha de divulgação da nova versão estadunidense do Passat. Os comerciais alcançaram grande sucesso não apenas nos Estados Unidos, mas também pelo mundo a fora graças à internet. A justificativa para esse grande impacto e para a disseminação viral dos vídeos não está necessariamente nas inserções no intervalo comercial mais caro do mundo, a final do futebol americano, o Superbowl, mas principalmente no uso de uma temática da industrial cultural muito popular em todo o planeta. Nos vídeos da campanha “The Force”, que teve inclusive alguns teasers, um garotinho brinca pela casa vestido de Dart Vader. O mini vilão tenta deslocar sem sucesso objetos apenas usando “a força”. No final do vídeo, o pai do garoto chega no novo Passat e o garotinho vai direto para o carro tentar usar novamente seus poderes. Agora “a força” finalmente funciona, isso com uma ajudinha do pai do garoto e do controle remoto do automóvel. Assim, com uma ótima história temperada com toques de humor, do encanto da inocência infantil e de toda a força de Star Wars, o vídeo caiu no gosto das pessoas e se alastrou pela internet. É realmente um bom exemplo do canto sedutor da variante emotiva do discurso publicitário (Carrascoza chama isso de discurso dionisíaco), que despreza os atributos tangíveis de uma marca, produto ou serviço.

Pois essa mesma empresa que vem nos encantar com uma história de um garotinho que brinca de Dart Vader é contra a leis europeias mais severas de controle da emissão de CO2. O Greenpeace aproveitou então todo buzz gerado pela campanha da VW para fazer uma paródia que esclarecesse de forma criativa e envolvente o lobby da fabricante alemã. A campanha “VW dark side” é focada em ações na internet e intervenções urbanas que reforçam o posicionamento negativo da Volkswagen no que diz respeito a questões ambientais. Inicialmente um primeiro vídeo foi lançado na internet e nele um grupo de crianças fantasiadas de heróis da saga Star Wars se preparam para enfrentar o mini Dart Vader, o vizinho que está no lado negro da força. Há inclusive uma Estrela da Morte com a marca da VW que dispara um ataque contra o nosso planeta. O vídeo teve um grande impacto na internet, atingindo um pico de 45 mil visualizações em apenas poucas horas. As pessoas também eram convidadas a participar da rebelião contra o lado negro da força, representado pela VW, podendo fazer isso através de um registro no hotsite da campanha. A inscrição é uma forma de participar da petição pública contra a fabricante alemã e também dava acesso a um segundo vídeo que conclui a história. Além do falso anúncio, o Greenpeace organizou protestos em países europeus e outros como a China.

A estratégia do Greenpeace em utilizar a mesma temática e subverter o significado da mensagem é sensacional. Aproveita justamente de uma oportunidade aberta pela própria montadora e sua campanha de sucesso. Mas o interessante é que uma mensagem mais racional, focada na questão ambiental e na postura de um determinada empresa, foi embalada em uma história sedutora com os mesmos toques de humor, cultura popular e inocência infantil.

Este mesmo conteúdo também foi publicado em Dialética das Imagens.

Hora do Comercial | Beetle Again

Teaser que antecedeu lançamento do novíssimo Volkswagen Beetle tem leve modificação e se transforma em peça de divulgação oficial do modelo. A apresentação do modelo foi feita em escala mundial, em três cidades diferentes: Xangai, Nova York e Berlim. Veja a seguir um vídeo do evento de lançamento em Nova York:

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Mercado Motor | Volkswagen volta ao WRC

Depois de uma trajetória vitoriosa no Rali Dacar, a Volkswagen se prepara para desembarcar em 2013 no WRC, o mundial de rali. O veículo escolhido será o Polo que ganha as adaptações necessárias, como um motor de 300cv e tração nas quatro rodas, e uma nova nomenclatura. O Polo R WRC que irá competir no mundial enfrentará concorrentes como o Citroën DS3 WRC, o New Ford Fiesta WRC e o Mini John Cooper Works WRC.

O interesse da fabricante alemã é justificável, as competições de rali são grandes eventos que atraem público e anunciantes, principalmente na Europa. O WRC em especial é um campeonato regular, promovido pela Federação Internacional de Automobolismo (FIA) e que conta com etapas nos mais variados terrenos e em diversos países como Suécia, México, Jordânia e Austrália. O envolvimento dos fabricantes com a competição precisa ser intenso, pois não existe um carro padrão e os veículos precisam ser desenvolvidos a partir de uma variante de um modelo de série. É uma ótima oportunidade para desenvolver tecnologias que poderão ser aplicadas aos automóveis de passeio comuns e de relacionar a marca com um esporte de velocidade e aventura.

Algumas marcas forjaram muito de sua identidade a partir dessas competições. Um dos casos mais famosos é o da Subaru que ficou conhecida pelo modelo Impreza, vencedor dos campeonatos de 1995, 2001 e 2003. O sucesso nos ralis acabou favorecendo as vendas do modelo de série. Infelizmente com a crise econômica de 2008, a marca deixou o WRC. Na década de 80, a própria Volkswagen também teve uma passagem bem sucedida nessa competição. Utilizando um Golf GTi 16V adaptado, a marca de Wolfsburg foi campeã em 1986 com a dupla Kenneth Eriksson e Peter Dieckmann no Grupo A, uma das divisões do Mundial de Rali que tinha como característica uma maior restrição em termos de potência, peso, tecnologia embarcada e custos.

Forma e Função | Beetle 2012: meio Fusca, meio Porsche

O New Beetle, modelo comercializado desde 1998, trouxe o espírito do Fusca de volta ao mercado automotivo. Na virada do século, o retrô começava a virar tendência e a Volkswagen resolveu produzir uma releitura de seu clássico a partir da plataforma do Golf IV. Mas apesar do compartilhamento de peças com o modelo médio, o New Beetle tinha um interior espartano e pouco espaçoso. Algo que pode ser considerado um erro, já que o veículo não era um modelo de entrada. Agora, após 13 anos, a VW apresenta uma nova versão que corrige esses defeitos. O Beetle (agora sem “new”) passa ser um modelo maior, mais esportivo e de acabamento mais refinado.

Para se transforma em um carro mais esportivo, o Beetle cresceu e foi rebaixado. O novo modelo é 1,2cm mais baixo, 15,2cm mais comprido e 8,4cm mais largo. O aumento das medidas também favoreceu o conforto, o entre-eixo passa a ter 2,54m. Já o porta-malas passou de 209 litros para 310 litros.

A reformulação foi realmente transformadora para o modelo. E elas o favoreceram de tal maneira que o novo veículo ganhou um ar de superesportivo. A receita é simples, é só combinar formas esportivas com as clássicas do Fusca e temos então algo parecido com um Porsche. Inclusive versões com motorização turbo estão previstas com 200 cv de potência. É bom lembrar que a história de ambos os carros tem um ponto em comum: os dois veículos foram pensados, em suas versões originais, por Ferdinad Porsche. Esse ar mais esportivo também pode ter uma outra referência, o novo modelo tem muito da aparência do carro-conceito Ragster desenvolvido pela Volkswagen para o salão de Detroit de 2005.

Alguns outros detalhes que chamam a atenção. A laterna traseira já não tem uma referência clara com o Fusca original. Passa ser agora em forma de meia lua. Outro detalhe é o aerofólio que reforça o carácter esportivo e lembra muito os Porsches mais antigos. Já a grade padrão VW não foi empregada ao pé da letra no projeto do Beetle, provavelmente nem seria compatível com estilo retrô do veículo. Mas há sim alguma semelhança, já que as formas do para-choque tem linhas mais retas e com uma faixa cromada que a divide. Chama atenção também o painel mais refinado e equipado.

A seguir fotos do antigo “New Beetle” (projetado em 1998):

Interior mais simples do projeto de 1998

Primeira releitura não tinha aspecto de esportivo

Algumas das possíveis referências utilizadas no projeto do Beetle 2012:
Conceito Beetle Ragster 

Porsche 911 com aerofólio semelhante ao Beetle 2012

Hora do Comercial | The Beetle is coming

A nova versão do Volkswagen New Beetle será lançada no dia 18 de abril. Enquanto aguardamos, vale a pena ver esse teaser veiculado no intervalo do último SuperBowl.