A bela da vez em Sepang foi a namorada de Kamui Kobayashi, Yu Abiru.
Já a fera foi Nick Heidfeld que pulou de sexto para segundo na largada. O alemão da Renault terminou a prova em terceiro a frente de pilotos como Mark Webber, Lewis Hamilton e Fernando Alonso.
Uma certa monotonia se abateu na Malásia com mais uma vitória absoluta de Sebastian Vettel. Duas vitórias e duas pole positions após o término das duas primeiras provas do ano. O pódio em Sepang teve também as mesmas três equipes: Red Bull, McLaren e Renault. Mas fora essas coincidências, tivemos uma prova bastante diferente em relação a Austrália. Podemos começar por um detalhe no alto do pódio, desta vez os representantes da McLaren e Renault nas primeiras posições foram Jenson Button e Nick Heidfeld. Para chegarem ao topo da disputa esses pilotos compartilharam uma certa característica: a consistência ao longo da prova. O GP da Malásia foi marcado por intensa trocas de posições devido uma maior eficiência da asa traseira móvel e de um desgastes mais elevado dos pneus que provocou uma série de pit stops, quem demostrasse um certo equilíbrio poderia ganhar vantagem em condições como essas. Foi o que aconteceu com esses pilotos.
A largada foi outro ponto importante dessa história. Principalmente para Heidfeld e Webber. Enquanto o primeiro pulou para a segunda posição, o que contribuiu para o seu resultado final, Mark Webber caiu várias posições, ficando em décimo no início da corrida. A partir daí a corrida se mostrou uma batalha de recuperação para o australiano, levando o seu Red Bull a um consumo maior de pneus. Foram 4 no total contra 3 de seu companheiro, Sebastian Vettel. Webber conseguiu assegurar a quarta posição no final da prova, mas graças a muita luta e uma ajudinha da briga quente entre Hamilton e Alonso. Esses dois pilotos vinham bem ao longo da prova, o que levou a um inevitável encontro. A rivalidade surgida nos tempos em que eram companheiros de equipe na McLaren provocou uma briga acirrada que terminou com um toque do espanhol em um dos pneus traseiros do inglês. Fernando Alonso teve que trocar o bico após o incidente, o que o jogou para posições bem abaixo do terceiro lugar então em disputa. Lewis Hamilton manteve sua posição, mas não por muito tempo. O desgaste excessivo dos pneu, ou até um provável problema provocado pelo choque com o Alonso, levou o piloto a mais uma troca de pneus no final da prova. Assim, o terceiro lugar acabou caindo no colo de Nick Heidfeld. E Alonso e Hamilton ainda ganharam ao final da prova uma punição de 20 segundos, o primeiro pelo toque e o segundo por mudar de trajetória mais de uma vez durante os ataques do “inimigo”.
Ao longo da prova, percebeu-se também uma certa melhora da Ferrari. Alonso poderia ter terminado em terceiro se não fosse o choque com Hamilton, acabou chegando em sexto. Seu companheiro, Felipe Massa, concluiu o GP uma posição a frente. Ao longo da corrida o brasileiro demonstrou um desempenho melhor, mas foi atrapalhado por um pit stop mal feito. Com toda a agitação que foi o GP da Malasia, a quinta posição pode ser considerada até um bom resultado.
Mas não só de boas brigas e performances viveu o GP da Malásia. Além da chuva que não apareceu para embaralhar ainda mais o jogo, a grande decepção da prova foi a Williams. Com problemas de confiabilidade no carro e a falta de desempenho, principalmente nas retas, a equipe não conseguiu completar a prova com nenhum de seus pilotos. Pastor Maldonado teve uma quebra logo no início da prova causada por problemas elétricos. Já Rubens Barrichello teve uma largada complicada, onde sofreu um toque que danificou seu pneu. Andando nas últimas posições e penando com os problemas de sua Williams, acabou abandonando na metade da prova.
Outra equipe que decepcionou foi a Mercedes. Michael Schumacher e Nico Rosberg andaram sempre no meio do pelotão. Algo muito diferente do que havia sido imaginado durante os testes que antecederam o início do campeonato. Schumacher teve pelo menos a sorte de terminar na zona de pontuação, mas foi ultrapassado pelo menos duas vezes por Kobayashi com sua econômica Sauber (foram apenas 2 paradas nos boxes). Já Rosberg foi ainda pior ao ficar atrás da Force India de Paul Di Resta.
Aliás, a equipe indiana e seu novato piloto podem ser considerados uma das surpresas da prova. A equipe não tem conseguido um bom desempenho nos treinos de classificação, mas seus pilotos conseguem levar seus carros até o final das provas e até beliscam alguns pontinhos. Foi o caso de Di Resta que conseguiu uma décima posição no final da agitada prova em Sepang. Apesar de ser um estreante na categoria, o escocês conseguiu pontuar nas duas primeiras provas e, neste GP, andou a frente de seu companheiro, Adrian Sutil.
Além do bom desempenho do novato Di Resta, outra surpresa da prova foi a Hispania. A equipe conseguiu colocar seus dois carros no grid ao atingir tempos abaixo dos 107% do primeiro colocado nos treinos de classificação. Além disso, um de seus pilotos, Vitantonio Liuzzi, levou seu carro inteiro até o final da prova. Um resultado bom para uma equipe que não havia testado seu carro antes do início do campeonato.
Campeonato esse que segue viagem para a China. E o prognóstico para a prova de Xangai, a ser realizada no dia 17 de Abril, é de mais uma vitória de Sebastian Vettel e da Red Bull. Mark Webber e as equipes de ponta, McLaren e Ferrari, têm que agir rápido para não perder de vez as rédeas do campeonato. Vettel já abriu 24 pontos de frente para o segundo colocado, Button.
Os treinos livres terminaram nesta sexta-feira em Sepang com a Red Bull novamente na frente, mas dessa vez quem fez as honras da casa foi Mark Webber. Entre o australiano e o seu companheiro de equipe, Sebastian Vettel, vieram as duas McLarens. A briga do fim de semana deve ser essa mesmo: Webber, Vettel, Button e Hamilton.
A Mercedes deve fazer uma prova melhor do que na Austrália e deve andar junto dos carros da Ferrari e da Renault de Heidfeld. No pelotão do meio, teremos as Williams de Maldonado e Barrichello brigando com alguma Toro Rosso e a Renault de Petrov. A Sauber parece não ter encontrado o acertado para esta corrida e se distanciou desse grupo.
No fundão, existe uma pequena chance da Hispania colocar pelo menos um carro no grid de largada. Vamos ver se eles conseguem atingir um tempo abaixo dos 107% do primeiro colocado.
Mas a questão-chave desse GP será a chuva. Tem grandes chances dela aparecer e embaralhar um pouco toda essa história. Se ela realmente cair, apostaria em Jenson Button como o vencedor em Sepang. Caso o tempo seja também chuvoso nos treinos de classificação, aumentam as chances da Hispania finalmente conseguir largar em 2011.
Outro problema que pode afetar os pilotos e modificar a posição dos piltos é a resistência dos pneus às altas temperaturas da Malásia. No primeiro treino livre, chegou-se a pensar que o acidente de Vitaly Petrov ocorreu devido a um estouro de pneu, mas na verdade ocorreu um problema no sistema de frenagem da roda dianteira esquerda que danificou a suspensão e o pneu esquerdos.
Tomara que venha a chuva e algum estouro de pneu, só assim para termos a chance de uma corrida mais emocionante.
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